O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) suspendeu o afastamento das ruas dos policiais militares Tárcio Oliveira Nascimento, Lucas dos Anjos Bacelar e Thiago Leon Pereira, réus pela chacina da Gamboa. O crime ocorreu na comunidade em Salvador em 1º de março de 2022.
Os agentes estavam afastados de suas atividades desde agosto de 2024 pela acusação de assassinato de três jovens. As vítimas foram Alexandre Reis, de 20 anos, Patrick Sapucaia, de 16 anos, e Cléverson Guimarães, de 22 anos.
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Na decisão, publicada no dia 13 de maio, o juiz Paulo Sérgio Barbosa rejeitou o pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Ele argumentou que o órgão “não apresentou fatos que justificassem a renovação do afastamento”.
O magistrado também considerou que a manutenção da medida pode configurar “verdadeira cassação do exercício da função”.
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“Os réus estão afastados desde 13 de agosto de 2024, ou seja, há 9 meses, e apesar de inexistir prazo legal para a duração da medida de afastamento, não é razoável que ela se arraste por tempo indeterminado, apesar da gravidade concreta do crime supostamente praticado”, cita Barbosa em sua decisão.
O juiz argumenta também que o processo está próximo da conclusão.
Apesar da suspensão, Barbosa manteve as medidas de proibir os policiais de terem acesso à localidade da Gamboa. Os militares também estão não podem manter contato com testemunhas nem familiares das vítimas.
A Alma Preta buscou um posicionamento da Polícia Militar da Bahia sobre a decisão judicial, mas não teve retorno até o fechamento da matéria. O espaço permanece aberto para manifestação da corporação.
Relembre o caso
Na madrugada de 1º de março de 2022, os policiais militares Tárcio Oliveira, Thiago Leon e Lucas dos Anjos assassinaram os jovens Patrick Sapucaia, Alexandre Reis e Cléverson Guimarães, que voltavam de uma festa.
Segundo os PMs, eles foram à localidade após denúncia de homens armados que circulavam na região e teriam sido recebidos a tiros. Testemunhas contam que os jovens voltavam de uma festa e não portavam armas nem drogas.
Nenhum dos jovens tinha partículas de chumbo nas mãos, o que indica que eles não apertaram o gatilho de suas supostas armas. Duas das três armas que os policiais disseram ser dos jovens não tinham condições de disparo.
Os policiais são réus por homicídio qualificado por motivo torpe e fraude processual.