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Feira Preta não está associada à Expo Internacional da Consciência Negra, diz idealizadora

Em nota oficial, Adriana Barbosa afirma que embora os eventos sejam complementares, apresentam propostas diferentes; em contrapartida, a organização da Expo pontua que nunca teve a intenção de competir com o trabalho da Feira Preta

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nadine Nascimento | Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Adriana Barbosa, idealizadora da Feira Preta e CEO da Pretahub

25 de novembro de 2021

“A Expo Internacional Dia da Consciência Negra, que teve sua primeira edição realizada no último final de semana no Anhembi, não tem relação organizativa, de curadoria, ou qualquer outra com o Festival Feira Preta”. Esse foi o posicionamento oficial da idealizadora do evento e CEO da Pretahub, Adriana Barbosa, sobre a mostra organizada pela prefeitura de São Paulo.

Na nota, divulgada no Instagram, Adriana ressalta que a Feira Preta existe há 20 anos, “construindo um futuro preto, nutrindo e potencializando o empreendedorismo preto nas mais diferentes áreas: das artes à gastronomia, do feito à mão ao ultra tecnológico”.

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Com curadoria de Adriana Vasconcellos, assessora especial da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, A Expo Internacional Dia da Consciência Negra foi realizada entre 20 e 22 de novembro. Elementos do carnaval, shows, expositores e debates sobre cultura, história e tecnologia foram os destaques da programação. O evento reuniu mais de 12 mil pessoas no Anhembi.

Segundo Adriana Barbosa, cerca de 300 mil pessoas já estiveram reunidas nos eventos presenciais e mais de 2 milhões nos eventos online da Feira Preta, dando oportunidade de visibilidade para 300 empreendedores, artistas e intelectuais de diferentes países.

“As propostas podem, claro, ser entendidas como complementares, mas são diferentes. A Feira Preta tem em seus eventos anuais um encontro de tudo o que é realizado e construído ao longo de todo o ano junto a uma rede de criatividade e empreendedorismo negro em todo o país”, pondera.

“Recebemos sempre com entusiasmo todo e qualquer evento que tenha por objetivo promover a cultura negra e estabelecer diálogos necessários para avançarmos nas pautas raciais e entendemos que o Festival Feira Preta não apenas faz parte dessa história, mas também tem inspirado os caminhos e a criatividade de muitas pessoas que criaram eventos que somam nesse ecossistema todo”, finaliza Adriana Barbosa.

Repercussão

Em entrevista à Alma Preta Jornalismo, a idealizadora e curadora da Expo Internacional Dia da Consciência Negra, Adriana Vasconcellos, afirmou que o objetivo do evento em momento algum foi competir com a Feira Preta ou descredibilizar a trajetória de trabalho de Adriana Barbosa.

“Nós temos que respeitar quem veio antes de nós, e queríamos parabenizar os 20 anos de história da Feira Preta. No entanto, o nosso evento foi totalmente pautado na educação, já que eu sou professora, e sobre a Lei 10.639, uma história que não foi contada dentro das escolas sobre cultura afro-brasileira e africana”, diz Adriana.

A educadora explica ainda que o intuito da Expo foi trazer esse debate educacional à tona. “Somos o povo da ancestralidade, que olha para trás para pensar no futuro”. Ela ainda destaca que a organização entrou em contato com Adriana Barbosa, da Feira Preta, a fim de convidá-la para compor o evento, mas que ela não pôde comparecer.

“Temos muito respeito por ela [Adriana Barbosa], pois ela vem desbravando esse universo do empreendedorismo, mas o nosso evento foi pautado totalmente na educação, por mais que houvesse ali empreendedores”, ressalta.

“A Expo segue no olhar da educação. O nosso objetivo é educar, sensibilizar e transformar. Trazer todo mundo para luta antirracista, jamais competir ou deslegitimar outros eventos. A Expo faz parte de uma política pública, que é fazer de São Paulo o farol de combate ao racismo estrutural”, finaliza Adriana Vasconcellos.

Leia também: ‘Black Money: rodada de negócios busca investimentos para empreendedores negros (as)’

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