Em um evento do Dia da Consciência Negra na última sexta-feira (19), uma escola de Gurupi, no sul do estado de Tocantins, reproduziu a imagem de uma criança branca pintada com tinta preta com uma peruca que simula o cabelo black power. Na legenda da publicação, a escola disse que os alunos foram “caracterizados” em comemoração ao 20 de novembro.
A prática racista, chamada ‘blackface’, repercutiu nas redes sociais, gerando comentários de repúdio e de denúncia. “É inconcebível que uma escola que se propõe o papel de educar futuros cidadãos, se preste ao papel de expor e incitar crianças a discriminação ou preconceito de raça, cor”, disse o Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer), de acordo com informações reveladas pelo G1.
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Após a repercussão negativa, o Colégio Adventista de Gurupi apagou a publicação e compartilhou uma nota com pedido de desculpas em que diz ser contrária a todo e qualquer tipo de discriminação racial. “O Colégio incentivou os estudantes a celebrarem de forma livre esse importante dia com respeito e admiração pelas pessoas. Em nenhum momento, os estudantes foram pintados ou estimulados a pintarem o rosto”, ressaltam.
Blackface é prática racista
O ‘blackface’ (termo em inglês que significa ‘cara preta’) se refere à prática teatral de atores brancos se pintarem de pretos para representarem, de forma caricata e discriminatória, pessoas negras. O conceito racista começou a se popularizar no século 19 nos Estados Unidos e é caracterizada por ridicularizar a população afrodescendente e suas características físicas com estereótipos negativos. associados à piada e à sátira para entretenimento de audiências brancas.
Na época do surgimento do ‘blackface’, pessoas negras não eram autorizadas a atuar em palcos. Depois, a prática racista também foi levada para o cinema e para a televisão.
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