Quilombolas e ativistas do movimento negro brasileiro participaram da manifestação pelo clima no dia 6 de novembro em Glasgow, na Escócia.
De acordo com os manifestantes, 200 mil pessoas marcharam pelas ruas da cidade para exigir maior ação por parte dos chefes de Estado nas negociações para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A primeira fileira da manifestação foi ocupada por representantes do movimento negro brasileiro e líderes africanos.
“É fundamental essa união e parceria entre os negros em África e diáspora para frear as mudanças climáticas”, conta Douglas Belchior, articulador da Coalizão Negra por Direitos.
Augustine Njamnshi, integrante da Aliança Africana pela Justiça Climática, acredita ser necessário que a descarbonização do planeta seja acompanhada pela diminuição das desigualdades.
“Raça é um elemento que determina a vulnerabilidade pelo clima”, explica.
A principal bandeira dos ativistas brasileiros no ato foi o fim do racismo ambiental e a titulação das terras quilombolas. Kátia Penha, integrante da Conaq, ressalta a necessidade da participação dos quilombolas na COP.
“Os quilombolas são os protetores da terra e precisam ocupar esse espaço. Nós somos a garantia de que haverá preservação das florestas”, conta.
O protesto se encerrou em uma praça e contou com a fala de Douglas Belchior, em nome da Coalizão Negra por Direitos. No discurso, ele pediu a saída de Jair Bolsonaro (sem partido) e denunciou o genocídio negro no Brasil.
“O mundo precisa saber que as pessoas negras são assassinadas no Brasil pela violência policial e o racismo ambiental”, afirmou.
Leia também: COP 26: Movimento negro lança documento pela titulação de terras quilombolas