A principal avenida da capital foi tomada neste feriado de 7 de Setembro por um ato de aliados e simpatizantes das pautas conservadoras e antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com pouquíssimos manifestantes negros, entre 5% e 10%, o protesto na avenida Paulista tinha faixas e cartazes que apoiavam o golpe militar, o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ataques contra os partidos de esquerda.
A maioria dos manifestantes usava roupas com as cores verde ou amarela, mas tinham muitas bandeiras dos Estados Unidos e pessoas fantasiadas com símbolos americanos, além de cartazes em inglês.
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Um entregador negro de aplicativo que estava trabalhando com a sua bicicleta na avenida Paulista acompanhou a ação dos manifestantes bolsonaristas. “É uma coisa horrível isso”, disse o rapaz, que preferiu não se identificar.
Entre os manifestantes, a reportagem da Alma Preta Jornalismo identificou muitas pessoas sem máscara e que não mantinham o distanciamento social, recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como forma de contenção da pandemia da Covid-19.
No geral, o ato na avenida Paulista tinha um clima tranquilo e com muitas famílias. Alguns manifestantes tiraram fotografias com os policiais que acompanhavam o protesto.
Ataques de Bolsonaro ao STF
Pela manhã, em Brasília, ao lado de ministros de Estado e do vice-presidente Hamilton Mourão, Bolsonaro fez um discurso a apoiadores. Em sua fala, o presidente fez uma ameaça velada ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos’, afirmou o chefe de Estado, referindo-se ao presidente do STF, Luiz Fux, e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
O pano de fundo para os ataques do presidente Bolsonaro ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes são os quatro inquéritos que investigam o presidente no Supremo e as prisões de bolsonaristas e aliadosdo presidente envolvidos em financiamentos de atos antidemocráticos, decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Nós todos aqui, sem exceção, somos aqueles que dirão para onde o Brasil deverá ir. Temos em nossa bandeira escrito ordem e progresso. É isso que nós queremos. Não queremos ruptura, não queremos brigar com poder nenhum, mas não podemos admitir que uma pessoa turve a nossa democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”, disse Bolsonaro em Brasília.
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