O ato do Grito dos Excluídos, que acontece tradicionalmente na praça da Sé, região central de São Paulo, no feriado de 7 de setembro, foi marcado por um protesto contra os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) às instituições democráticas do país.
Centenas de manifestantes se reuniram no local, a partir das 10h desta terça-feira, com faixas, cartazes e camisetas criticando o governo bolsonarista, a crise econômica, entre outras pautas sociais como o repúdio ao genocídio da população negra e contra o marco temporal para reconhecimento de terras indígenas.
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“Lutamos contra o fascismo do governo e pelas causas dos povos oprimidos. O bolsonarismo não representa o Brasil”, disse a estudante Renata Silva, 24 anos, que mora em Itaquera, na Zona Leste da capital. Essa é a terceira vez que participa do Grito dos Excluídos.
Torcidas antifascistas de times de futebol da cidade, como o Corinthians e o Palmeiras, também participaram da organização do Grito. A Polícia Militar acompanhou todo o ato que foi pacífico, porém, não fez estimativa do número total de manifestantes. Durante o protesto foi lembrada também a ação do grupo que incendiou a estátua em homenagem à figura do bandeirante Borba Gato, no bairro de Santo Amaro, na Zona Sul da capital.
“Temos que questionar a história que foi contada pelos colonizadores. Temos que desmascarar os genocidas. O que realmente representa uma estátua de 10 metros de um bandeirante? Uma estátua que está olhando para o centro e voltando as costas para a periferia, qual é a moral disso?”, disse um manifestante que preferiu não se identificar.
Por volta das 11h, a menos de dois quilômetros da praça da Sé, na altura da praça Roosevelt, um grupo de aproximadamente 100 pessoas, que participavam de uma caminhada pró-bolsonaro, hostilizaram um rapaz que usava uma camiseta vermelha.
Segundo o rapaz, um dos bolsonaristas ameaçou mostrar o pênis para ele. “Tinha senhoras perto e eu não tinha feito nada. Sou uma pessoa de centro. Gosto do meu país e o que eles estão fazendo é um ato antidemocrático, atacando o judiciário e desrespeitando a Constituição”, relatou a vítima.
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