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Designer cria jogo educativo contra intolerância a religiões de matriz africana

A proposta é estabelecer interatividade e exaltar atributos dos orixás sincretizados nas religiões de matriz africana 

Texto: Letícia Fialho | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação

Imagem mostra cartas do jogo que faz referência a orixás

31 de agosto de 2021

A designer Carolina Marins, de 23 anos, criou o jogo “Axé! CardGame”, uma proposta que une diversão, educação e conscientização ao exaltar atributos dos orixás, divindades da cultura iorubá que se tornaram conhecidas a partir das religiões de matriz africana, como o candomblé. 

No Brasil, a lei nº 10.639/2003 torna obrigatório o ensino de história e cultura africana nas escolas de ensino fundamental e médio, públicas e privadas. A legislação foi uma das motivações para a profissional apresentar o jogo como seu trabalho de conclusão de curso superior em Design, na Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.

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“Acredito que é muito importante ser investido na apresentação e introdução da cultura afro-brasileira pras crianças até mesmo pela questão da identificação das crianças negras. Além de que a cultura possui elementos muitos ricos para a formação educacional. Na primeira infância, os Orixás podem ser apresentados como parte da religiosidade, do mesmo jeito que costumam fazer com Thor e outros Deuses de culturas estrangeiras, porém com um olhar mais lúdico. Além disso, poderiam inserir nas feiras culturais e trabalhos para apresentação, as tradições culinárias, produções infantis entra outros”, conta a designer, em entrevista à Alma Preta Jornalismo.

Para ela, o trabalho é, sobretudo, uma tentativa de contribuir com a superação da discriminação e do racismo religioso.  “Quis trazer elementos da cultura Iorubá de forma didática para quem ainda não conhece, além de contribuir para a superação de preconceitos”, explica a designer. 

No processo de criação do jogo de cartas, Carolina teve contato com adeptos da umbanda e do candomblé. Além do contato com os religiosos, uma de suas referências foi o livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Mundo”, um clássico do fotógrafo, etnólogo e antropólogo Pierre Verger. 

Na dinâmica do jogo, as cartas são embaralhadas e distribuídas. Cada jogador tem um monte em suas mãos e a partir daí exploram as características de cada orixá que aparecem nas cartas.  A criadora evidencia na apresentação que o jogo introduz no universo juvenil uma saga, que se desprende de mera disputa entre os orixás. Para ela, o “Axé! CardGame” é um meio de difusão de uma cultura importante para a história do povo brasileiro. 
 

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