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Caso Borba Gato: juíza determina prisão preventiva de novo manifestante

Danilo Oliveira, também apontado como responsável por atear fogo na estátua do bandeirante escravocrata, se apresentou à Polícia Civil nesta segunda-feira (9) após ter prisão preventiva decretada; para advogado, não é papel da juíza falar em “arrependimento”

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Pedro Borges

Estátua de Borba Gato em chamas

9 de agosto de 2021

A Polícia Civil ouviu no final da tarde desta segunda-feira (9) o depoimento do ativista Danilo Silva de Oliveira, conhecido como Biu, de 36 anos, que participou do protesto do dia 24 de julho, quando a estátua em homenagem ao bandeirante escravocrata Borba Gato, no bairro de Santo Amaro, na zona Sul de São Paulo, foi incendiada.

“É uma demonstração de como a justiça brasileira funciona quando você não e branco. Ontem um pai de família teve que ficar de cueca em um supermercado para mostrar que não roubou nada. Uma mulher também matou um entregador de aplicativo, pagou fiança e saiu pela porta da frente, enquanto temos que pagar por um ato simbólico”, declarou Danilo, na entrada do 11º Distrito Policial.

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A juíza Gabriela Bertoli decretou a prisão preventiva de Danilo na sexta-feira (7). Bertoli, que já defendeu o governador João Doria (PSDB), também foi responsável pela prisão preventiva de Paulo Lima, o Galo, que já estava preso temporariamente desde 28 de julho após se dirigir à delegacia para prestar depoimento e colaborar com as investigações.

“Danilo se apresenta hoje à Polícia porque o objetivo dele é colaborar com a justiça, assim como Galo também o fez. Nenhum deles tem o objetivo de obstruir qualquer ato judicial. O que ocorre é claramente uma perseguição e amanhã também faremos o pedido de habeas corpus dele”, explicou o advogado Jacob Filho.

Na justificativa para a prisão preventiva a juíza Gabriela Bertoli disse que o ativista “não havia se arrependido do ato”. Para Filho, a ação dela foi “ilegal” e “não cabe ao juíz falar em arrependimento”.

“É óbvio que eles [Danilo e Paulo] não se arrependem, pois queriam propor um debate público. Não é o papel dela. A decisão dela é ilegal em todos os apectos”, respondeu o advogado ao ser questioando pela reportagem da Alma Preta Jornalismo se o argumento da juíza não se tratava de um pré-julgameno.

Danilo e Paulo Galo são acusados de incêndio, dano, associação criminosa e adulteração de veículo, pois foi feita uma descaracterização da placa do caminhão alugado para transportar os pneus que foram usados para incendiar a estátua de cerca de 13 metros de altura e 20 toneladas.

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