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Jovens do movimento negro se candidatam ao Conselho dos Direitos da Juventude de São Paulo

Votação acontece neste final de semana; entre os objetivos dos candidatos está a promoção da continuidade e eficiência do ECA, que completou 31 anos 

Texto: Redação | Imagem: Caio Chagas

 

Jovens negros de máscara pintam parede

16 de julho de 2021

Nos próximos dias 17 e 18 de julho, São Paulo realizará a votação dos representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Juventude (CMDJ), espaço de elaboração e discussão de políticas públicas voltada às juventudes da cidade de São Paulo. Ao todo, são 21 cadeiras pleiteadas para temas, como educação, trabalho, emprego e geração de renda, esporte e lazer, entre outras. 

Ao ocupar este espaço de tomada de decisão, os candidatos têm como objetivo levar as demandas dos jovens negros e construir propostas de políticas públicas a partir do olhar e da realidade dos coletivos.

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Entre as principais demandas dos candidatos está o conjunto de ações para o enfrentamento ao extermínio da juventude negra e periférica, como o fim da violência policial, a discussão, divulgação e implementação da lei 10.639/03, que orienta sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, no município de São Paulo

A permanência de cotas raciais e de outras políticas afirmativas para a população negra; bem como a manutenção e ampliação das redes de cursinhos pré-vestibulares e comunitários, são outros temas prioritários. 

“A cadeira de Juventude Negra precisa ser do movimento negro, esse é o nosso lema. Este é um lugar de representatividade. Portanto, quem ocupá-lo precisa estar atento às demandas da sociedade. Ninguém melhor que o movimento negro organizado para isso. O que queremos é reverter o significado do termo representatividade, que hoje, nos espaços de tomada de decisão, é usado indevidamente por alguns grupos políticos em prol do apagamento das construções coletivas”, afirma Phelipe da Silva Nunes, de 18 anos, um dos candidatos pela Uneafro Brasil

Durante a pandemia, ele tem atuado na assistência dos moradores da região e entorno, mapeando necessidades da comunidade e distribuindo cestas básicas, materiais de higiene e limpeza. Também, em denúncia ao racismo ambiental e a produção de alimentos com agrotóxicos, passou a representar o projeto de Hortas Comunitárias da Uneafro Brasil, idealizado pelo Núcleo Ambiental, no extremo da zona leste.

Criação de oportunidades

Segundo o Atlas da Juventude, nas duas últimas décadas, o Brasil foi lar de quase 50 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos – faixa etária dos eleitores do CMDJ -, a maior geração de jovens que o Brasil já teve. Segundo os pesquisadores, é urgente a criação de oportunidades para qualificar os jovens e garantir que eles tenham pleno desenvolvimento. 

“É por tudo isso e por nossos e nossas jovens da periferia de São Paulo que pleiteamos essa cadeira. Queremos ocupar este espaço para alimentar a esperança e a vida das juventudes pretas, dos coletivos, das comunidades, e principalmente, no trabalho aquilombado da Uneafro, que se propõe todos os dias a constituir base e futuro, como fizeram nossos ancestrais” afirma Stephanie Felicio da Silva, de 21 anos, outra candidata pela Uneafro.

Ela também é articuladora da Rede Literasampa, na Biblioteca Comunitária Ademir dos Santos, pertencente ao Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Sapopemba. Também é educanda no projeto Observatório Ecos & Reflexos e integrante do Coletivo Mangueiras que promove a discussão sobre direitos sexuais e reprodutivos.

Phelipe e Stephanie se candidataram para a cadeira de Juventude Negra, como titular e suplente, respectivamente.

Organizada em mais de 40 núcleos, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Uneafro Brasil possui um trabalho educacional de base e de formação política direcionados às comunidades periféricas urbanas. 

Leia mais: Paulistanos podem votar até domingo em propostas de orçamento para aumento de creches e assistência a idosos

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