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Covid-19: entenda os motivos para não escolher entre as vacinas

Para virologista e pesquisador da Fiocruz, o momento atual pede pressa na imunização: “todas as vacinas são seguras e eficazes”, afirma Lindomar Pena

Texto: Redação | Imagem: Reprodução/Agência Brasil

Imagem mostra uma seringa utilizada para aplicação de vacinas

7 de julho de 2021

“Não faz nenhum sentido tentar escolher entre as vacinas ou se recusar a tomar a que esteja disponível. Neste momento da pandemia, em que a transmissão do vírus está descontrolada, a prioridade é conter a expansão e disseminação da Covid-19. Todas as vacinas são seguras e eficazes”, é o que diz o virologista e pesquisador da Fiocruz-Pernambuco, Lindomar Pena.

Com falhas na comunicação e de incentivo do Governo Federal para a imunização da população contra Covid-19, médicos e enfermeiros precisam lidar com um problema gerado pela desinformação: quem quer escolher a vacina. O pesquisador da Fiocruz salienta que todas as vacinas disponíveis agem principalmente para que o novo coronavírus não atinja sua forma mais grave nos pacientes.

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A diferença entre os imunizantes, segundo o virologista, é que duas das vacinas são baseadas no vírus inativado: a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e a Covaxin, de origem indiana; uma é produzida a partir do RNA viral, que é o caso da Pfizer; e três são elaboradas a partir de vetores de adenovírus, que são a AstraZeneca/Oxford, da Fiocruz, a Sputnik V, proveniente da Rússia, e a Janssen, da Johnson & Johnson. Todas elas são aprovadas pela Anvisa e possuem alta taxa de eficácia, de acordo com Pena.

“As vacinas que não possuem vírus vivo, como a Coronavac, Covaxin e Pfizer, resultam em menos efeitos colaterais do que as que possuem o vírus vivo, como as demais citadas. Exceto a Janssen, todas as vacinas necessitam de segunda dose. Essa é única diferença entre elas”, destaca o pesquisador.

Pena ainda avalia que agora não é o momento para escolher entre as vacinas. Segundo ele, no futuro será possível entender qual delas mais se adequa ao país, levando em consideração a fase da pandemia e também o número de pessoas imunizadas e mortes evitadas.

“A partir do momento em que a pandemia estiver sob controle, e que sejam feitos estudos comparativos entre as vacinas, nós podemos sim escolher uma vacina que seja adequada à situação epidemiológica futura. Mas não é o caso no momento”, aconselha.

Compreenda a eficácia das vacinas

A partir de ensaios clínicos finais, a CoronaVac apresentou eficácia de 62,3% contra casos sintomáticos de Covid-19, quando aplicada com mais de 21 dias entre uma dose e outra. Além disso, o imunizante evitou morte em 83,7% dos casos que precisaram de atendimento médico, de acordo com informações do Butantan. 

Já a vacina AstraZeneca/Oxford demonstrou eficácia de 76% contra casos sintomáticos e de 100% contra casos graves. Estudos científicos descobriram que, se o intervalo entre as doses fosse ampliado, a vacina teria uma eficácia ainda maior.

“A AstraZeneca apresenta eficácia de mais de 70% com apenas uma dose, mas sua ação é reforçada com duas doses. Ela e a Pfizer necessitam de intervalo de três meses entre aplicações. As demais, 21 dias, em média”, ressalta o virologista. A vacina da Pfizer, de acordo com informações da empresa, apresenta eficácia de 95% contra a Covid-19 em casos mais graves.

Nos ensaios clínicos, o imunizante Janssen, aplicado em uma única dose, teve eficácia de 66% contra casos sintomáticos e 85% contra casos graves de Covid-19. Já a Covaxin possui taxa de eficácia de 93,4% contra infecção grave e de 77,8% contra infecção sintomática, de acordo com dados divulgados pela farmacêutica responsável pela vacina.

A vacina russa Sputnik V é 94.3% eficaz contra os casos mais graves da doença. A informação é do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), responsável pela comercialização do imunizante.

Em março, em entrevista à Alma Preta, o médico Evaldo Stanislau, alertou sobre os impactos da precariedade na comunicação governamental no andamento do processo de vacinação no país. “A comunicação dos governos, seja em esfera estadual ou federal, é crítica. Nós precisamos ter uma comunicação efetiva, para trazer informações corretas, dados, orientações de prevenção”, recomendou.

O médico afirma que enquanto profissional da saúde, além do trabalho com pacientes, também é necessário se posicionar e desmentir fake news diariamente.

Leia também: ‘Cidade com maior população quilombola do país está 100% vacinada contra a Covid-19’

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