Walyson David Oliveira da Silva é cabeleireiro e tem o próprio salão no Jardim Eliane, na Zona Leste de São Paulo. Ele foi preso como suspeito de um latrocínio, roubo seguido de morte, que teria acontecido na manhã do dia 24 de maio, uma segunda-feira, no bairro do Jardim Bonifácio, também na Zona Leste. No momento do crim”e, o jovem estava a uma hora e meia de distância do local.
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Waly (como Walyson é conhecido no bairro) saiu do salão onde trabalha no domingo, 23 de maio, por volta das 22h e foi dormir na casa da namorada, o que é confirmado pela mãe dela que estava em casa naquele dia. Na manhã seguinte, a mãe da garota foi trabalhar e viu que o rapaz ainda estava lá. Imagens de câmeras de segurança mostram o jovem saindo da casa da namorada por volta das 15h da segunda-feira.
De acordo com o advogado de defesa Luiz Guilherme Domiciano dos Santos, a investigação da polícia não tem elementos para provar a participação do jovem no crime. O cabeleireiro de 20 anos está preso desde o dia 15 de junho.
“Não foi permitido que eu tivesse acesso ao processo, que corre em segredo de Justiça, mas temos testemunhas e imagens mostrando que ele estava em outro lugar e não cometeu esse crime”, pontua o advogado, que entrou com um pedido de habeas corpus (para que o rapaz aguarde o restante do processo em liberdade).
Outra pessoa também está presa, mas Waly afirma que não a conhece, assim como não conhece as duas vítimas do latrocínio, uma diretora de escola e uma professora.
Vítima não reconhece os criminosos
O cabeleireiro foi preso por policiais da Cerco (Central Especializada de Repressão à Crimes e Ocorrências Diversas), levado para o 103º DP (Itaquera), na Zona Leste, e depois transferido para o 2º DP (Bom Retiro), na região central da capital.
O crime, segundo a polícia, foi praticado por três homens que estavam em um carro. Eles anunciaram o assalto, balearam as duas vítimas e fugiram levando as bolsas delas. Junto com a diretora e a professora também estava no carro uma cozinheira que viu o assalto.
“Ela disse em entrevista após o crime que não tinha como reconhecer os assaltantes. O Waly estava com a namorada dele em um bairro que fica a uma hora e meia de distância, de carro, do local do crime”, ressalta a defesa.
Waly começou a trabalhar muito cedo e, desde 2015, faz cursos e oficinas de cabeleireiro. O salão fica a 350 metros da casa da namorada. Segundo a família, ele está muito triste por ter sido preso.
“Ele tem o estigma de ser alvo de um sistema, infelizmente, falido. Um jovem periférico e sem condições financeiras para se defender e conseguir justiça”, lamenta o advogado.
No último sábado, dia 19, amigos do cabeleireiro fizeram um jogo amistoso para divulgar a campanha #TodosPorWaly.