Na cidade de São Paulo, o risco de perder a vida em decorrência da contaminação pela Covid-19 é 13 vezes maior que o de morrer vítima de violência, seja por briga, assalto, engano ou acidente de trânsito. Mesmo assim, o governo do estado começa a implementar novas flexibilizações das medidas de restrição vigentes.
Segundo dados coletados pelo jornal Agora São Paulo, do grupo Folha, desde o início da pandemia, em março de 2020, a Covid-19 tirou a vida de um em cada 597 paulistanos. No ano passado inteiro, homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e acidentes de trânsito provocaram 1.474 óbitos, 1 em cada 8.053.
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De acordo com o jornal, a comparação seria ainda mais assustadora se considerado o atual pico da pandemia. Em 30 dias, 5.200 pessoas morreram em decorrência da doença na capital paulista.
Aglomerações e flexibilização da restrição
Frente aos dados alarmantes das mortes provocadas pelo coronavírus, especialmente neste novo pico da doença, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) contabilizou 22 mil ações de combate a aglomerações em todo o estado paulista, entre 12 de março e 12 de abril.
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Pressionado pelo setor comercial, o governo de João Doria (PSDB) também anunciou na sexta-feira (16) novas flexibilizações das medidas restritivas vigentes no estado. Na chamada “fase de transição”, da fase vermelha para a fase laranja, serão duas semanas com retorno gradual das atividades econômicas.
Igrejas, lojas de rua e shoppings centers, por exemplo, começaram a retomar as operações no fim de semana, com atividades reduzidas. Por outro lado, a taxa de ocupação em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no estado ainda é alta, de mais de 80%. O toque de recolher da população também continua vigente, das 20h às 05h.