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África declara emergência em saúde pública devido epidemia de Mpox

O diretor-geral da Africa CDC, Dr. Jean Kaseya, classificou a situação como uma crise que exige ação coletiva
Um paciente mostra sua mão com uma ferida causada por uma infecção do vírus Mpox.

Foto: Ernesto Benavides / AFP

14 de agosto de 2024

O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC) declarou oficialmente o atual surto de Mpox como uma emergência de saúde pública de segurança continental. O comunicado emitido nesta terça-feira (13) pelo diretor-geral da agência, Dr. Jean Kaseya, reiterou a rápida disseminação da doença, classificada pelo especialista como uma “crise que exige uma ação coletiva”. 

Ao menos 13 nações africanas, incluindo territórios que antes não eram afetadas como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, relataram surtos de Mpox. Esses países confirmaram 2.863 casos e 517 mortes, que ocorreram principalmente na República Democrática do Congo, onde as infecções têm aumentado há mais de dois anos.

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Além disso, os casos suspeitos em todo o continente já ultrapassaram 17 mil, um aumento significativo em relação aos 7.146 casos em 2022 e aos 14.957 casos em 2023. Esses números representam apenas uma parte do problema, dada a fragilidade na vigilância, nos testes laboratoriais e no rastreamento de contatos.

“Nosso continente viu muitas lutas. Enfrentamos pandemias, vários surtos, desastres naturais e conflitos. No entanto, através de cada adversidade, nós nos erguemos, não como nações fragmentadas, mas como uma África — resiliente, engenhosa e resoluta. Hoje, ao enfrentarmos a ameaça da Mpox, devemos convocar o mesmo espírito de solidariedade”, expressou Kaseya.

Segundo a entidade, a declaração oficial deve ajudar a mobilizar recursos nos países afetados, liberar financiamento necessário, melhorar a comunicação, aumentar a vigilância e os testes laboratoriais, e aprimorar as capacidades de recursos humanos para enfrentar a Mpox com uma abordagem de Saúde Única.

Dr. Jean Kaseya ressaltou ainda que “esta não é apenas uma questão africana”, pois se trata de uma “ameaça global que não conhece fronteiras, raça ou credo”. 

“É um vírus que explora nossas vulnerabilidades, atacando nossos pontos mais fracos. E é nesses momentos de vulnerabilidade que devemos encontrar nossa maior força e demonstrar que todos nós aprendemos com a COVID aplicando a solidariedade”, disse.

Um comitê de emergência foi convocado para avaliar a situação da Mpox na África e o risco de disseminação internacional da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A decisão foi tomada após o registro de casos fora da República Democrática do Congo, e devido a uma mutação que facilitou a transmissão do vírus.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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