Jalil Muntaqim, de 68 anos, foi preso em 1971, aos 19, acusado de matar dois policiais; várias evidências apontavam a inocência do ativista, mas todos os pedidos de liberdade condicional foram negados
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Jericho Movement
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Jalil Muntaqim, ex-membro dos Panteras Negras, receberá liberdade até o dia 20 de outubro em razão de uma determinação do Conselho de Condicionais do Estado de Nova York, após uma série de audiências que o ativista compareceu desde 1998, ano em que pôde iniciar seu pedido de liberdade condicional.
O ex-Pantera Negra, hoje aos 68 anos, foi preso em 1971, aos 19 anos, acusado de matar dois policiais durante um tiroteio no Harlem. Embora tenham surgido várias evidências que apontam sua inocência, ele ficou preso por 49 anos e teve todos os pedidos de liberdade condicional negados.
A principal testemunha do suposto crime era um outro membro dos Panteras Negras, o Ruben Scott. Na época da condenação de Muntaqim, ele reconheceu que o incriminou após sessões de tortura, mas seu depoimento não foi validado pela justiça.
Um relatório balístico do FBI também constatou que a arma encontrada com o ativista no momento da prisão não correspondia aos projéteis encontrados nos corpos dos policiais mortos. O parecer federal, porém, foi substituído pelo da polícia de Nova York, com uma conclusão oposta.
Quase 50 anos depois, as autoridades continuam a negar a possibilidade de inocência do ex-Pantera Negra. A justificativa para libertá-lo em outubro é a de que ele expressou “remorso” pelos crimes cometidos e de que seu sentimento “era genuíno”.
Nascido em Oakland, na Califórnia, o ativista é filho de admiradores do pacifismo de Martin Luther King. Ele foi batizado como Anthony Bottom, mas adotou outro nome após conversão para o islamismo.
Se filiou ao Partido dos Panteras Negras aos 17 anos, onde participou da força armada e mais tarde do Exército Negro de Libertação (BLA, na sigla em inglês). Durante o período de encarceramento, Muntaqim se graduou em Psicologia e Sociologia, escreveu romances e poemas e não abandonou a luta social, se tornando uma das principais figuras pela libertação dos presos políticos nos Estados Unidos.
Com informações do site Opera Mundi.