Liderado pelo político socialista Kwame Nkrumah, o povo ganense lutou pela autonomia até 1957, quando deixou de ser a Costa d’Ouro (uma colônia britânica) e conquistou sua independência do Reino Unido. O território seria o primeiro país da África Subsaariana — que está ao sul do deserto do Saara — a conquistar seu próprio Estado.
Embora conflitos civis e políticos tenham feito parte da história do país na busca pela independência, Gana conquistou sua emancipação de maneira diplomática, sob a organização de Kwame Nkrumah e do movimento chamado Pan-Africanismo — que buscava a união sociopolítica entre povos originários.
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De acordo com a historiadora Tatiana Rezende, após a Segunda Guerra Mundial (1934 — 1945), parte dos países da Europa foram fragilizados. Estados Unidos e Reino Unido assinaram a Carta do Atlântico, que reconhece o direito de autodeterminação dos povos, na intenção de mostrar para a União Soviética que não deveriam tomar países.
A partir disso, países africanos dominados por países europeus dão início ao processo de independência, já que tinham mais autonomia à colônia após a guerra.
Com isso, Gana passa a organizar uma Assembleia Legislativa, mas os conflitos continuaram. Em 1948, uma revolta anti-colonial tomou conta do território e deixa dezenas de mortos e feridos. O Reino Unido propôs uma independência gradual, que foi aceita por boa parte dos líderes nacionalistas, porém não pela liderança comandada por Nkrumah, que acaba sendo preso em 1951.
Pouco depois, em 1952, o bloco político de Nkrumah, chamado de A Convenção do Partido Popular tornou-se maioria na Assembleia Legislativa, o que pressionou o Parlamento Britânico e o Ministério das Colônias a negociarem o processo de emancipação unificada e nacional. Assim, foi declarada a independência da colônia.
Pós colonização
O país recebeu o nome de Gana em referência a um império antigo que dominou a região entre os séculos 9 e 13. Accra passou a ser a capital e ali foi instalada a sede que abrigaria uma grande conferência na promoção do pan-africanismo no ano seguinte.
Por ter sido uma liderança importante, Kwame Nkrumah foi eleito o primeiro-ministro do país. Ele definiu um regime com doutrinas do socialismo, ajudou na organização de movimentos independentistas pela África e tentou criar um programa de unificação nacional do continente — o que nunca aconteceu.
Em 1966, Nkrumah foi vítima de um golpe de Estado. O líder morreu em abril de 1972, em Bucareste, Romênia, sob exílio.