As negociações destinadas a mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza serão retomadas no Cairo neste domingo (31), segundo publicou o canal egípcio Al-Qahera, dias após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ter dado luz verde para novas negociações. O premiê aprovou que novas conversas ocorram no Cairo e em Doha, no Catar.
“Uma fonte de segurança egípcia confirmou ao Al-Qahera News a retomada das negociações sobre uma trégua entre Israel e o Hamas na capital egípcia, Cairo, amanhã”, disse um âncora do canal, que é próximo dos serviços de inteligência do país, durante uma transmissão no sábado (30).
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O Egito, o Catar e o principal aliado israelense, os Estados Unidos, mediaram rodadas anteriores de negociações, mas um acordo viável permaneceu indefinido. Os mediadores esperavam garantir um cessar-fogo ainda antes do início do Ramadã, mas não houve acordo. O mês sagrado muçulmano teve início em 10 de março.
A pressão por um cessar-fogo ocorre tanto dentro do país, com protestos frequentes contra o governo Netanyahu, quando internacionalmente. No sábado (30), em declaração conjunta, os ministros das Relações Exteriores de Egito, Jordânia e França condenaram as ações de Israel em Gaza e pediram um cessar-fogo “imediato e permanente” na região. O chanceler francês, Stephane Sejourne, afirmou que Paris deve entrar com uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de encaminhar uma solução de dois Estados para o conflito.
Na segunda-feira, o próprio Conselho de Segurança adotou uma resolução exigindo um “cessar-fogo imediato” em Gaza, e um tribunal da ONU ordenou, na quinta-feira (28), que Israel “garantisse que a assistência humanitária urgente” chegue aos civis na região. Apesar disso, nenhuma das medidas surtiu efeito concreto.
Os ataques de Israel contra Gaza tiveram início após um atentado do Hamas, em 7 de outubro de 2023, deixar cerca de 1.160 mortes em Israel. A resposta israelense já acumula 32.705 mortes de palestinos, a maioria civis, mulheres e crianças. Além de bombardeios, Israel impõe um bloqueio à região, tendo como resultado a escassez de itens básicos na população local, como água, alimentos e medicação. Diante da situação, Israel tem sofrido crescentes acusações de apartheid e genocídio por lideranças mundiais.