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Países africanos se unem para pesquisar a Covid-19 no continente

5 de outubro de 2020

Pesquisas, ajuda financeira e estudos colaborativos para a retomada da economia são os meios encontrados para conter a pandemia

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Agência Reuters

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De acordo com dados da Universidade Jonhs Hopkins, dos EUA, e do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, dos vinte países com mais mortes por Covid-19, o novo coronavírus, no planeta, apenas um fica no continente africano – a África do Sul. O país está em 14º lugar na lista, com 16.976 mortes e 681 mil casos confirmados desde o começo da pandemia.

Para manter seus membros longe do grupo de países com mais mortes, a União Africana, bloco autônomo de 55 países para promover a integração do continente, lançou a Iniciativa África, no final de agosto, para apresentar opções seguras de retomada da economia e a reabertura das atividades de setores como o turístico entre os países.

“Não temos ainda uma vacina disponível e temos de continuar proativos e cautelosos à medida que as economias começam a abrir”, disse Amira Elfadil, comissária dos Assuntos Sociais da União Africana, em entrevista ao site alemão DW.

Durante a reunião da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), no final de setembro, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, lembrou que os países europeus receberam um pacote de incentivo no valor de 750 bilhões de euros e pediu mais ajuda para a África.

“Poucos países no mundo têm poupança para cobrir os custos da pandemia. A Covid-19 é uma luta global que exige soluções colaborativas globais. Ninguém ganha com os países africanos mais pobres, mas todos ganham se os países africanos tiverem condições para superar essa grave crise sanitária e de saúde”, afirmou o primeiro-ministro de Cabo Verde.

A ONU anunciou que 12 laboratórios criaram uma rede de estudos do genoma do vírus e suas mutações nos países africanos. Os primeiros resultados apontam que os vírus que circulam em alguns países africanos são atribuídos à estirpe que emergiu da epidemia na Europa.

“A rede ajudará a melhorar a vigilância no continente e os países a gerir e a controlar eficazmente a pandemia”, comentou John Nkegasong, diretor do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

Índices de contaminação

Países como a África do Sul apresentam uma transmissão localizada, enquanto que na República Democrática do Congo há também importação de casos de Gana, de Marrocos e de Senegal.

Em julho, a África do Sul tinha 7.067 mortos e 450 mil casos confirmados. Agora, os casos confirmados subiram para 681 mil e as mortes, em cerca de 17 mil, mais que dobraram em relação a três meses atrás.

O número de mortes é alto no Egito, com 5.981 óbitos para 103 mil casos confirmados; no Marrocos, 2.330 mortes em 133.272 casos confirmados; e na Etiópia, com 1.222 óbitos e 79 mil infectados.

Por outro lado, os países que indicam estabilidade na pandemia são Angola, que registrou 195 mortos e 15.402 infectados; Costa do Marfim, com 120 óbitos e 19.882 casos confirmados; Moçambique, 66 mortes e 9.196 casos; e Botsuana, com 16 mortes e 3.172 e infectados.

Alguns países do continente africano também estão passando por um período de “apagão” de dados sobre a pandemia. É o caso da República Democrática do Congo. Segundo o levantamento da Universidade Johns Hopkins, há 14 dias o país não atualiza os dados epidemiológicos.

A última informação disponível é de 89 mortos e cerca de 5 mil casos confirmados. Outro desafio para o levantamento de dados é a baixa testagem nos países da África. A Zâmbia, por exemplo, tem uma população de 17,5 milhões de habitantes e a testagem é de 1.600 pacientes, em média, por dia.

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