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Partido de Mandela perde maioria no Parlamento da África do Sul pela 1ª vez desde fim do apartheid

Presidente Cyril Ramaphosa apela à união política após resultados das eleições
O presidente sul-africano e presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), Cyril Ramaphosa, faz os seus comentários após o anúncio oficial dos resultados das eleições gerais sul-africanas no Centro Nacional de Resultados da Comissão Eleitoral Independente (IEC) no Centro de Convenções Gallagher em Midrand, em junho 2, 2024.

Foto: Michele Spatari/AFP

3 de junho de 2024

O Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde o fim do regime de segregação racial do apartheid e a eleição de Nelson Mandela em 1994, perdeu sua maioria absoluta no Parlamento pela primeira vez, exigindo alianças para continuar a governar a África do Sul.

Após as eleições de 29 de maio, o partido conquistou apenas 159 das 400 cadeiras, de acordo com os resultados oficiais, marcando seu pior resultado desde que assumiu o poder há três décadas.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, solicitou com urgência a todas as forças políticas a trabalharem em prol do país após a divulgação dos resultados. Em sua declaração, Ramaphosa enfatizou a necessidade de respeitar a vontade do povo, aparentemente dirigindo-se ao ex-presidente Jacob Zuma, que expressou a intenção de contestar os resultados.

O novo Parlamento deverá se reunir em duas semanas para eleger um presidente que formará um governo. O ANC agora enfrenta a perspectiva de formar um governo de coalizão ou buscar apoio para a reeleição de Ramaphosa no Parlamento, permitindo-lhe formar um governo em minoria.

Segundo o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, o partido está comprometido em formar um governo que reflita a vontade do povo e seja capaz de governar eficazmente. As discussões sobre alianças serão realizadas internamente e com outros grupos “nos próximos dias”, acrescentou Mbalula.

O ANC, apesar de manter a lealdade de muitos eleitores por seu papel histórico na luta contra o apartheid, enfrenta críticas por não cumprir suas promessas de acesso à educação, moradia e outros serviços básicos. Analistas atribuem a queda de popularidade do partido ao aumento da criminalidade, pobreza e desigualdade em um país com uma das taxas de desemprego mais altas do mundo, em 32,9%.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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