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Professor é preso em Angola após protestar por falta de carteiras em sala de aula

Movimento dos Estudantes Angolanos têm pressionado o governo a investir em uma educação de qualidade; polícia justifica prisão do docente devido à falta de autorização para o protesto pacífico
Imagem mostra o professor angolano Diavova Bernardo, na sala de aula com alunos.

Foto: Reprodução/Privat

19 de setembro de 2024

Em Angola, um professor de educação infantil foi preso após realizar um protesto pela falta de carteiras na escola pública em que leciona. Diavova Bernardo organizou uma manifestação espontânea na administração municipal da província de Viana, com o argumento de que seus alunos merecem um ambiente de aprendizado mais adequado.

De acordo com o que disse Bernardo ao Jornal DW, por volta das 13h da última segunda-feira (16) ele foi obrigado a encerrar o protesto pela polícia, que o colocou à força em um veículo e o levou para uma delegacia, onde ficou detido junto a ativistas do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) que o acompanhavam. 

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A polícia de Angola, por sua vez, alegou que a detenção ocorreu devido à falta de autorização para o protesto pacífico, conforme a legislação que exige notificação às autoridades sobre eventos em espaços públicos. No entanto, Bernardo discorda dessa interpretação. Ele foi liberado no final desta terça (17).

O professor Diavova Bernardo tem sido um defensor ativo da melhoria das condições nas escolas públicas por vários anos. Em 2022, ele também foi suspenso de suas funções por organizar uma manifestação com alunos em protesto à falta de carteiras nas salas de aula. 

Francisco Teixeira, presidente do MEA, expressou apoio a Bernardo e fez um apelo à sociedade civil para que pressione o governo a investir em uma educação de qualidade às crianças de Angola.

“As propostas apresentadas pelos responsáveis pela Educação não promovem desenvolvimento, nem a curto nem a longo prazo. É inaceitável que as escolas ainda não tenham carteiras”, criticou Teixeira.
Francisco também condenou a prisão dos membros de sua organização e do professor, considerando-a ilegal. “Tanto o professor Diavova quanto os membros do MEA presentes não representavam nenhum perigo”, afirmou.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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