O movimento critica as políticas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro e reinvindica ‘vida, liberdade e futuro’ para os negros
Texto / Lucas Veloso | Edição e imagem / Pedro Borges
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Contra o genocídio da juventude negra e periferia e o feminicídio que atinge as mulheres, em especial as mulheres negras. Essas são algumas das principais reivindicações da 16º Marcha da Consciência Negra, que acontece na próxima quarta-feira, dia 20 de novembro. A concentração será a partir das 12h, no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
Rosa Maria Anacleto, da União de Negras e Negros pela Igualdade, acredita que neste 20 de novembro, o movimento vai à rua para celebrar e referenciar Zumbi dos Palmares e Dandara, além de reafirmar as bandeiras de luta do movimento negro.
“Entre as demandas atuais está nosso o combate ao pacote anti-crime do Moro, a defesa da democracia, a defesa do estado de direito, e a liberdade”, ressalta.
Nesta edição o tema do manifesto é “Vida, Liberdade e Futuro. Contra o genocídio e criminalização do povo negro!”. No manifesto oficial, o movimento nominou alguns governantes que, para eles, são contrários ao bem estar das pessoas negras. Entre eles, o presidente Jair Bolsonaro, o governador do estado de São Paulo, João Doria e o prefeito da cidade, Bruno Covas.
Simone Nascimento, do movimento Negro Unificado, ressalta que a ideia é denunciar os ataques sofridos pelos negros, e também apontar para necessidade da construção de um projeto político para os afro-brasileiros.
“Chegaremos neste [dia] 20 ainda mais fortes e unidos. A luta não está fácil, mas virá de nós, cada vez mais, estratégias e articulações para a resiliência que esse período nos exige”, analisa. “É necessário que esse dia de luta possa nos fazer voltar para nossos locais com ainda mais força. A marcha não começa e nem termina em si mesma, mas também será um espaço para receber nossas irmãs e irmãos com um abraço forte, de luta, do jeito que nosso povo sempre faz”.
Anos anteriores
No ano passado, cerca de 5 mil pessoas participaram da XV Marcha da Consciência Negra. A concentração do ato se iniciou no vão livre do MASP, onde milhares de pessoas se reuniram para acompanhar a apresentação da bateria da escola de samba Vai Vai e ouvir as falas de abertura dos organizadores do protesto.
O genocídio e a violência cometida contra a comunidade negra foram algumas das pautas da manifestação. Na faixa de abertura estavam os rostos de Marielle Franco e Moa do Katendê, assassinados neste ano, e homenageados pelos organizadores.
Em 2017, 15 mil pessoas participaram da 14° Marcha. Os manifestantes pediam o fim do projeto de genocídio negro, pelo término das desigualdades raciais existentes no país, e apontaram a necessidade de construir um projeto de país que reconhecesse a humanidade das pessoas negras.