Entre os dias 22 de novembro e 6 de dezembro, o doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) Paulo César Ramos vai ministrar um curso a partir do debate de casos emblemáticos de pessoas negras assassinadas, por motivação racial, que resultaram em longos processos de protestos e repercussões.
O curso é presencial e será realizado no SESC 14 Bis. As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de novembro no site da instituição e os valores variam entre R$ 18 e R$ 60.
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As aulas vão propor uma discussão e resgatar casos de violência racial que impuseram transformações no modo como o debate racial é feito no país.
Três nomes marcaram uma virada no status do debate racial contemporâneo no Brasil: Marielle Franco, morta a tiros em 2018; George Floyd, asfixiado até a morte por um policial em Minneapolis em 2020 (EUA); e Beto Freitas, morto por seguranças do Carrefour também em 2020, entre outros.
Durante o curso serão apresentados oito casos de violência racial, seus desdobramentos públicos, contexto sociopolítico e uma interpretação sociológica sobre eles, além da articulação da teoria do Reconhecimento, sociologia das relações raciais e da violência, expondo fontes primárias inéditas.
Programação
22/11 – Digam seus nomes: corpos e mentes, vidas e mortes na racialização à brasileira.
Apresentação da questão geral do curso, antecedentes e histórico sobre racismo e violência, no Brasil e suas conexões internacionais; proposta de abordagem.
24/11 – Violência, “Discriminação” e mito da democracia racial: Robson Silveira da Luz e Benedito Ezequiel
Violência e racismo durante a ditadura militar, tortura de brancos e tortura de negros; crime político e a politização da criminalidade.
29/11 – “Violência Racial” Redemocratização e institucionalização do protesto negro: Marcelo de Jesus e Mario Josino
Abertura democrática dos meios de comunicação e das agendas de pesquisa; movimento Hip Hop; raça e periferia.
1/12 – Violência, “genocídio negro” e igualdade racial: Flávio Santana, Alexandre Menezes, Eduardo Pinheiro
Chacinas, ampliação de direitos e políticos, desenvolvimento de agendas de políticas públicas e reconhecimento das diferenças, a emergência da juventude negra organizada.
6/12 – Integração, contestação e ruptura: Marielle Franco, George Floyd e Alberto Freitas
Novos atores, novas expressões do antirracismo, impeachment de 2016, eleição de Jair Bolsonaro, pandemia da Covid-19, necropolítica.