O aplicativo de relacionamento Denga fará sua estreia nesta sexta-feira (14). Ele está disponível de forma gratuita para todas as pessoas, mas com foco em relacionamentos afrocentrados. O aplicativo está disponível para download nos sistemas operacionais Android e IOS. O objetivo é oferecer uma plataforma para comunidade negra se relacionar com mais oportunidades, uma vez que aplicativos convencionais privilegiam outros “padrões de beleza”.
Em conversa com a Alma Preta Jornalismo, a co-fundadora e diretora de marketing do aplicativo, Ana Paula Santos, comenta que para muitas pessoas é importante ter um relacionamento afrocentrado pelo fato de ter alguém que entenda a sua realidade, suas dores e lutas.
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Já Fillipe Dornelas, desenvolvedor e fundador do App, comenta que teve experiência pessoal com uso de outros apps, e não se sentiu incluído. “Os aplicativos existentes não favorecem a busca por relações afrocentradas. E mesmo que se tenha a tentativa de se relacionar interracialmente, o dito padrão de beleza procurado nos desfavorece”, aponta.
Ele ainda salienta as experiências ruins com aplicativos de relacionamento já existentes no mercado como um dos pontos que motivaram a construção do aplicativo.
Além dos fundadores, a equipe da Alma Preta conversou com a influencer Carol Theodoro, de 28 anos. Ela afirma que a proposta do aplicativo será diferente porque falta diversidade nos aplicativos convencionais. “Isso acaba reforçando o preterimento já sofrido por pretos fora do ambiente virtual. Denga sabe a importância de fortalecer a afetividade negra”, conta a influenciadora.
Para Carol Theodoro, a ferramenta também é importante para construção do amor entre população preta e todas as suas nuances. “O racismo fez com que nós acreditássemos que o afeto não nos pertencia e ter um amor preto dentro dessa sociedade racista desenvolve um papel fundamental na disputa política e na sobrevivência da comunidade negra. O aplicativo veio como um facilitador na criação do amor entre pretos”, afirma.
O aplicativo foi idealizado inteiramente por uma equipe de pessoas negras e sua construção foi realizada a partir de uma pesquisa com a rede, composta por pessoas negras. De acordo com Ana Paula, o feedback foi totalmente positivo e trouxe ao projeto um conjunto de funcionalidades que não poderiam ficar de fora. Daqui para frente, espera-se o engajamento da comunidade negra, uma vez que há tentativa de criar um ambiente de integração e acolhimento do povo preto. “Também queremos ter presença não apenas nos meios digitais, mas também em eventos, como a Feira Preta e outros”.
Para acessar o site do aplicativo, acesse o link.
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