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Em Manaus (AM), ativistas promovem ação virtual para a campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”

20 de março de 2019

A atividade, que vai até o dia 27 de março, é ainda uma alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial instaurado pela ONU

Texto / Karine Pantoja e Jéssica Dandara
Imagem / Reprodução

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Idealizada pela psicóloga e professora da UFRJ, Luciene Lacerda, em 2017, a campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo” foi iniciada na semana passada e segue até a próxima quarta-feira (27). O principal objetivo é a descentralização da discussão racial para além de dias temáticos como o 20 de novembro, a ampla propagação das pautas do movimento negro e o fortalecimento da luta antirracista.

A atividade é ainda uma alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial instaurado pela ONU, em referência ao massacre de Shapperville, na África do Sul, no dia 21 de março e à campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres que acontece em novembro.

Em Manaus (AM) o “21 Dias de Ativismo contra o Racismo” está sendo coordenado por Ythana Isis e Maria do Rio, e apoiado por diversos coletivos negros da cidade.

De acordo com a ativista do movimento negro e engenheira, Ythana Isis, a campanha busca enfatizar a luta antirracista. “Nosso intuito é que estes 21 dias transformem-se em 365, pois entendemos que a discussão sobre temas de extrema importância para a população negra acabam por se limitarem há apenas uma data no ano que é o dia da Consciência Negra que acontece em novembro”, afirma.

Dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, em setembro de 2017, afirmam que no Brasil, de cada dez brasileiros e brasileiras, apenas dois assumem ser racistas, machistas ou homofóbicos, mas sete admitem já ter feito alguma declaração discriminatória pelo menos uma vez na vida.

Para a ativista transfeminista e atriz, Maria do Rio, a luta contra o racismo em espaços culturais tem sido uma luta por liberdade. “Nossos símbolos de luta ao longo da história são vendidos. Temos constantemente visto pessoas negras serem usadas como objetos, um exemplo é o uso da figura negra pela diretora da Vogue que, no início de fevereiro, fez uma festa luxuosa de aniversário que contou com mulheres negras fantasiadas de escravas para recepcionar os convidados. E com isso é necessário ampliar o debate sobre o direito de contar a nossa própria história, falar sobre o direito à ocupação de espaços, falar sobre a minha imagem”, disse.

A campanha segue até o dia 27 de março através de vídeos lançados diariamente com temas voltados à educação, literatura de autoria negra, infância e juventude negra, afrotransfeminismo, cotas raciais e outros. Estes conteúdos serão lançados através das redes sociais da Rede de Ciberativistas Negras do Amazonas, Fórum de Juventude Negra do Amazonas, Coletiva Banzeiro Feminista, Coletivo Negro Alexandrina, Encrespa Geral, Baque Mulher Manaus, Maracatu Pedra Encantada, Coletivo Difusão, o núcleo do Amazonas da Articulação Nacional de Jovens Feministas Negras, Crioulas do Quilombo, Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, e ainda coletivos que atuam a nível nacional e no âmbito ciberativista fora do Amazonas, para dar visibilidade às ações que acontecem no norte do país como o Fórum Nacional de Juventude Negra, Dicionário Subversivo, Levante Negro, Ativismo Negro e Criola e ainda na página oficial do facebook da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”.

Acompanhe os vídeos nas redes citadas e no evento do Facebook da ação em Manaus.

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