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Evento de dança discute o corpo entre o tradicional e o contemporâneo

24 de agosto de 2018

Serão seis dias de apresentações que têm em comum a ancestralidade. A programação também conta com a exibição de documentário sobre a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Texto e imagem / Divulgação

Entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro (terça-feira a domingo), o Itaú Cultural apresenta, na sua programação cênica, trabalhos que discutem o corpo entre o tradicional e o contemporâneo. Os espetáculos trazem à tona a questão de que o corpo, para além de se fixar em único registro, precisa construir estratégias criativas, seja para investigar as possibilidades da linguagem ou para perpetuar suas tradições.

No primeiro dia, terça-feira (28), às 14h, os três artistas que se apresentam sozinhos durante a programação e que ainda não trabalharam juntos, se encontram para ministrar a Oficina com Orun Santana, Bel Souza e Ana Beatriz Almeida.

Na quarta-feira (29), às 16h é exibido o documentário “Balé de pé no chão: a dança afro de Mercedes Baptista”, das diretoras Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro. O filme aborda a trajetória da primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, abrangendo a origem da dança afro e a atuação da dançarina no Teatro Experimental do Negro – grupo formado por Abdias do Nascimento. Depois da sessão, a diretora conversa com o público.

No mesmo dia, às 20h, o bailarino pernambucano Orun Santana se apresenta em “Meia-Noite com Orun Santana”. Esse solo é sobre a relação de Santana com a figura de Mestre Meia-Noite, seu pai e ganhador do Prêmio Itaú Cultural 30 Anos, no ano passado. É também sobre as relações desses corpos, a fim de conhecê-los, entendê-los e problematizá-los. Um diálogo que o intérprete estabelece entre os processos formativos artísticos do mestre e os seus próprios, abrindo questões sobre a relação do corpo e a memória – enquanto artistas, educadores, negros, periféricos – e uma janela para a relação desafiadora que é a de um pai e um filho nessa construção e compreensão de suas histórias.

Da dança festeira e política ao Butho

Às 14h do dia 31, o elenco do grupo Looping – Bahia Overdub promove oficina com práticas de sensibilização, expansão da escuta, laboratório de criação colaborativa, composição de movimentos e sonoridades. Para participar, basta se inscrever no site do Itaú Cultural entre os dias 24 e 26 de agosto. Os resultados serão divulgados no dia 28.

Às 20h do mesmo dia, mesclando festa, dança e política, os dançarinos Jai Bispo, Jaqueline Elesbão, Leonardo França, Rita Aquino e Talita Gomes sobem ao palco com “Looping – Bahia Overdub”, na quinta (30) e sexta-feira (31). Com direção de Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino, a paisagem predominante no espetáculo são as festas do Largo de Salvador e suas contradições. Ele emerge do encontro entre pensamento sonoro e pensamento coreográfico. Looping constitui um estudo do tempo: repetição e acumulação. Movimentos de tensão e distensão da cultura, por meio de procedimentos que organizam sonoridades, corpos e espaços. Assim como nas ruas, o que está em jogo são arranjos coletivos por meio de uma participação estético-política.

No dia 1 de setembro, sábado, às 20h, serão questionados a construção da identidade nacional, tendo o símbolo da passista em mente, e suas negociações entre a sociedade, o corpo da mulher negra, espiritualidade e o carnaval. “Sobre Sacrifício Ritual”, acontece com Ana Beatriz Almeida. A obra é um exercício ético e estético produzido a partir do método corporal criado pela artista após 11 anos de Butoh – dança que surgiu no Japão pós-guerra e ganhou o mundo na década de 1970 –, em parceria com as comunidades do Babá Egun e a Irmandade da Boa Morte. A performer mobiliza a corporeidade negra feminina estabelecida na dicotomia entre sujeito central na resistência e objeto dos mecanismos de manutenção sócios-culturais.

Bel Souza, no domingo (2), às 19h, leva ao espaço do instituto solo concebido em espaço sagrado de recolhimento do candomblé, o roncó. “Odoyá” foi inspirado pelo movimento da maré, em uma sensação de flutuar sem fim, com o corpo envolvido pelas águas que vêm e vão. A figura central é a de Iemanjá e seus aspectos simbólicos, arquetípicos e sensoriais, questionando as fronteiras entre contemporâneo e ancestral, espetáculo e ritual, palco e plateia.

Toda programação possui interpretação em Libras e entrada gratuita.

SERVIÇO:

Dia 29 de agosto (quarta-feira)

Balé de pé no chão: a dança afro de Mercedes Baptista

Direção: Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro

Exibição de filme seguida de bate-papo

Às 16h

Sala Vermelha

70 lugares

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: livre

Meia-Noite com Orun Santana

Com Orun Santana

Às 20h

Sala Itaú Cultural

224 lugares

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: livre

Dias 30 e 31 de agosto (quinta-feira e sexta-feira)

Looping: Bahia Overdub

Direção: Felipe de Assis, Leonardo França, Rita Aquino

Às 20h

Sala Multiúso

70 lugares

Duração: 90 minutos

Classificação indicativa: 18 anos

Dia 31 de agosto (sexta-feira)

Oficina Looping: Bahia Overdub

Com Felipe de Assis, Leonardo França, Rita Aquino

Das 14h às 17h

Sala Multiúso

20 lugares

Inscrições no site do Itaú Cultural entre os dias 24 e 26 de agosto. Os resultados serão divulgados no dia 28. Se o inscrito necessitar de algum recurso de acessibilidade, poderá solicitar no formulário

Classificação indicativa: 16 anos

Dia 1 de setembro (sábado)

Sobre o Sacrifício Ritual

Com Ana Beatriz Almeida

Às 20h

Sala Multiúso

70 lugares

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: 18 anos

Dia 2 de setembro (domingo)

Odoyá

Com Bel Souza

Às 19h

Sala Multiúso

70 lugares

Duração: 32 minutos

Classificação indicativa: livre

Itaú Cultural: Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Acesso para pessoas com deficiência

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