Durante a audiência, ocorre o lançamento da campanha “Pela vida do jovem negro – contra o genocídio”, uma forma de pressionar o poder público a tomar medidas efetivas contra a mortalidade de jovens negros
Texto / Divulgação
Imagem / Rede Brasil Atual
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No dia 10 de outubro, às 18h30, será realizada a audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o extermínio da juventude negra em São Paulo. O evento é promovido por um conjunto de organizações do movimento negro e de direitos humanos que pretendem levar propostas ao Estado para barrar as frequentes mortes de jovens negros em todo o território paulista, como mostra o Atlas da Violência no Brasil.
O relatório atesta um crescimento dos homicídios que atingem principalmente negras e negros nas periferias. Segundo o estudo, de cada cem pessoas assassinadas, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência. Os jovens entre 12 e 29 anos são os que têm maior probabilidade de serem vítimas.
Outro dado preocupante do Atlas é o crescimento do feminicídio que vitima mulheres negras. Enquanto a mortalidade das mulheres não negras (brancas e asiáticas) caiu 7,4% entre 2014 e 2015, houve um aumento de 22% entre as mulheres negras.
A intenção das organizações do movimento negro com esta audiência é apresentar propostas para os órgãos públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário para enfrentar o problema. Para tanto, foram convidados para esta audiência pública representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Ouvidoria da Polícia, Corregedoria da Polícia, Secretarias Estaduais da Justiça, Direitos Humanos, Administração Penitenciaria, além dos parlamentares da Casa. A deputada Leci Brandão da Comissão de Educação da Casa e o deputado Carlos Bezerra, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, também assinam a convocatória da audiência.
Durante a audiência, os ativistas do movimento negro vão levar uma série de propostas ao poder público, como forma de combater o genocídio. As pautas, direcionadas à Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), Secretaria de Segurança Pública (SSP), ao Ministério Público, entre outras instituições, fazem parte da campanha “Pela Vida do Jovem Negro – Contra o Genocídio”, cujo objetivo é pressionar o poder público para que as propostas sejam efetivadas.
Além dos representantes dos órgãos públicos e os parlamentares, a audiência contará também com representantes de organizações do movimento negro, como a Convergência Negra, a Frente Alternativa Preta, a Marcha das Mulheres Negras/SP, a Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, grupos de familiares atingidos pela violência do estado além de entidades de jovens e mulheres da periferia. Também está prevista a presença de representante do IPEA que elaborou o Atlas da Violência.
Serviço:
Audiência Pública contra o Extermínio da População Negra
Data: Terça-feira, 10 de outubro de 2017 – 18h30
Local: Assembleia Legislativa. Auditório Paulo Kobayashi
Aberto ao público.