Militantes vão às ruas para lutar contra o fascismo e o pelo fim do genocídio da população negra. Concentração será na Avenida Paulista, centro da capital paulista
Texto / Aline Bernardes
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Imagem / Reprodução
Um projeto de resistência contra o fascismo, pelo fim do genocídio e um pedido por liberdade religiosa são as principais reivindicações da 15º Marcha da Consciência Negra, que acontece na próxima terça-feira, dia 20 de novembro. A concentração será a partir das 13h, no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
A advogada e uma das organizadoras da Marcha pelo coletivo Afronte, Paula Nunes (25), diz que esse dia é especial por lembrar das lideranças negras que morreram na luta pela liberdade, como Zumbi e Dandara, e as contemporâneas que morreram por lutar pela vida digna da população negra na sociedade atual, como Marielle Franco e Mestre Moa.
“Este ano é esperado que seja uma grande mobilização em memória do nosso povo, mas não só. Esse é o primeiro 20 de novembro pós-eleição de um presidente abertamente racista que prega o nosso extermínio” diz. Para ela, essa marcha é uma aliança da luta antifascista com a luta antirracista.
Este ano completou-se 130 anos da abolição da escravatura no Brasil. Ao ser perguntada pelo Alma Preta como essa data traz um caráter ainda mais simbólico a marcha, a advogada explicou que diante da atual conjuntura é possível escancarar a falsa abolição.
“Os negros vivem as piores condições sociais, os piores índices socioeconômicos, de saúde, moradia e se antes o chicote estalava sobre nós, hoje as grades do cárcere e a bala da polícia nos atinge”, explica.
Para ela não existiu abolição plena da escravidão e reparação pelos anos de exploração.
“Nós temos pouco o que celebrar, esse momento precisa ser de luta. Lutar para não perder os direitos conquistados e o nosso povo para o cárcere ou a bala da PM. Precisamos resistir contra esse governo que não é só um projeto da burguesia contra nós, mas o recrudescimento dessa violência, um projeto que quer legalizar o nosso extermínio e é por isso que a palavra da marcha é resistência”, finaliza.