Em comemoração aos 10 anos da iniciativa, os participantes do projeto criado pela ONG Ação Educativa partilham experiências e vivências com a juventude
Texto / Anna Laura
Imagem / Bruno Marques (Facebook)
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Há 10 anos atrás, a ONG Ação Educativa – associação civil sem fins lucrativos que atua nos campos da educação, da cultura e da juventude -, colocava em prática o projeto “Arte na Casa”. A iniciativa consiste na promoção de oficinas artísticas nas unidades da Fundação Casa.
Em comemoração a esse marco, os educadores que trabalham dentro do projeto lançaram nesta sexta-feira (27) o livro “Na Linha Tênue – Experiências de Arte-Educação Em Privação de Liberdade”, que conta grande parte dos momentos vividos com os jovens dentro da Fundação.
A ideia do livro surgiu a partir da semana de Direitos Humanos e Educação Popular, promovida pela Ação Educativa no ano passado. Foi realizado uma oficina com a vivência dos educadores. Surgiu então a oportunidade de escrever um artigo sobre essas experiências para uma revista digital. A equipe notou que eram muitas histórias, sendo o livro a melhor opção.
Soraya Barreto Teixeira Machado faz parte do time, e oferece oficinas de danças brasileiras e dança negra contemporânea para meninos e meninas. Segundo ela, foi uma experiência incrível e memorável. “Sempre fiz registros das minhas aulas, porque o fato de não poder entrar com equipamentos para fotografar ou filmar, faço os registros diários das atividades que desenvolvo a mão”, explica.
Partindo dessa ideia de que os registros através de filmagens são proibidos, a ideia de Soraya ajudaria as pessoas a compreenderem o universo existente dentro da Fundação Casa. “Poder falar sobre algumas experiências foi muito importante. Afinal, as pessoas podem conhecer o universo de lá de dentro, e nosso trabalho com arte”, diz.
Para Soraya, a experiência mais marcante foi vivenciada no PAMI, na unidade feminina Chiquinha Gonzaga. “Lá os bebês recém-nascidos ficam com suas mães até o cumprimento da medida. Trabalhar com aquelas meninas me marcou”, revela.
Apesar disso, Soraya afirma que toda experiência é válida. “Cada ciclo é único. Nunca se sai a mesma pessoa depois de um ciclo de oficina”, conclui.