Ação integra o projeto Matriarcalidade: o poder das yabás e a força geradora da vida
Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / Divulgação
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Na próxima sexta (8),o terreiro de candomblé Unzó Maiala realiza um encontro dedicado às mulheres trans, das 10h às 13h.
A atividade integra o projeto ‘Matriarcalidade: o poder das yabás e a força geradora da vida’. Nesta edição, a reflexão será em torno da saúde, o autocuidado e as estratégias de sobrevivência dessa população.
O evento vai contar com a participação da atriz, cantora, performer e professora de artes Inaê Leoni, integrante-fundadora do Coletivo das Liliths, que irá apresentar seu show Afluente, sobre a exaltação dos corpos negros e trans.
O círculo de mulheres será mediado pela primeira mulher trans psicóloga da cidade de Salvador e ativista social, Ariane Senna, que irá falar sobre saúde psicológica e sexual.
A terceira convidada é a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Keila Simpson. A coordenadora de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado da Bahia é outra presença confirmada. As duas abordarão de que forma as instituições atuam na defesa do corpo trans.
As inscrições são gratuitas, estão disponíveis no link disponível no perfil do Instagram @unzomaiala. São oferecidas 30 vagas.
O projeto
‘Matriarcalidade: O poder das Yabás e a força geradora da vida’ pretende construir espaços de informação e discussão sobre o autocuidado, a saúde reprodutiva e os ciclos do corpo da mulheres negras (cis e trans) da periferia de Salvador. Já foram realizados em setembro e outubro outros ciclos.
O último ciclo terá suas ações realizadas no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. A oficina será ministrada pela Dona Val, parteira moradora de Serra Grande, sul da Bahia, que fará uma troca de saberes sobre o uso tradicional de ervas com fins medicinais e terapêuticos.
Unzó Maiala
O terreiro foi criado há 59 anos, por Mameto Laura Mercês (Mataracira), na rua Pacífico Pereira, conhecida como “Curva Grande”.
As atividades do Unzó Maiala no atual terreno localizado na I Travessa Padre Domingos de Brito, n° 34, no bairro do Garcia, iniciaram em 1966. No ano de 2000, no dia 24 de outubro, debilitada, a Mameto Laura Mercês é internada e falece, um mês depois, no dia 24 de Novembro de 2000, à 01h da manhã. Respeitando todas as obrigações (pós-morte), a casa fica um ano de luto.
Após consulta ao ifá, o terreiro volta a abrir em dezembro de 2001 e Laura Juliana (TANDÜ), neta de Laura mercês, assume o cargo de Mameto de Nkisi do Unzó Maiala e estabelece de forma bastante peculiar, ao longo desses 18 anos, atividades lúdicas e culturais e ações sociais, com objetivo de desenvolver projetos que resgatem e consolidem a tradição da cultura afro-brasileira na comunidade.