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USP homenageia fundador do MNU em aula inaugural de curso sobre ditadura

O Programa de Pós-Graduação em Sociologia da instituição pública discutirá a perseguição do MNU pela ditadura militar
Ato organizado pelo Movimento Negro Unificado na Praça da Sé, em 1979. A história do MNU será relembrada em disciplina ministrada por Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP.

Foto: Ennio Brauns

19 de março de 2024

O Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP promoverá uma aula inaugural no dia 21 de março, às 19 horas, na Casa de Cultura Japonesa, com o tema “Ditadura militar e perseguição ao movimento negro na FFLCH-USP”. O evento será conduzido por Paulo Henrique Fernandes Silveira, docente da FEUSP e pesquisador do IEA-USP. ​​A aula dará destaque à figura do sociólogo Eduardo de Oliveira e Oliveira, um dos fundadores do Movimento Negro Unificado (MNU), em homenagem aos seus 100 anos.

A palestra abordará a formação do MNU e a perseguição política de seus militantes durante a década de 1970, com base em pesquisas nos arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS) e da Assessoria de Segurança e Informação (ASI). O estudo teve início com a análise de um livro de Abdias do Nascimento intitulado “O genocídio do negro brasileiro”. A palestra contará com a presença de representantes do movimento, sendo eles Dona Regina, Milton Barbosa e Rafael Pinto.

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O relatório analisado, “Painel do Negro”, revela o papel de Fernando Mourão, docente da FFLCH na época, como informante do governo militar, sugerindo investigações sobre lideranças do movimento negro, incluindo Eduardo de Oliveira e Oliveira. A palestra discutirá as consequências desse documento para Oliveira, que não concluiu seu doutorado devido à perseguição, embora tenha sido uma figura fundamental no meio acadêmico e militante ativo em diversas organizações.


“O Eduardo de Oliveira e Oliveira consegue articular as reivindicações do movimento negro, especificamente norte-americano, à universidade, ao meio acadêmico intelectual e às associações comunitárias”, conta o professor Paulo Henrique Fernandes Silveira, em entrevista ao Jornal da  USP

Segundo professor, a perseguição visava coibir o crescimento de um movimento negro com perspectiva socialista e evitar qualquer relação com movimentos como os Panteras Negras e o Movimento da Consciência Negra da África do Sul, liderado por Steve Biko.

Mais informações sobre a disciplina podem ser encontradas na página do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Serviço

Aula Inaugural – Ditadura militar e perseguição ao movimento negro na FFLCH-USP

Quando: 21 de março

Onde: Casa de Cultura Japonesa (Av. Prof. Lineu Prestes, 159 – Butantã, São Paulo – SP, 05508-000)

Horário: a partir das 19h

Evento aberto ao público

O texto possui informações de publicação feita por Gabriela Varão no Jornal da USP

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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