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Websérie une vídeo documental e dança preta para homenagear a poeta Tula Pilar

Com exibição online no decorrer de maio, os episódios trazem entrevistas com familiares, amigos (a) e parceiros (a) da trajetória da artista, que faleceu vítima de uma parada cardíaca em 2019

Texto: Redação | Imagem: Tiago Santana

Imagem nas cores preto e branco mostra a poeta Tula Pilar sorrindo.

4 de maio de 2021

Considerada uma das grandes poetas negras e ativista periférica em São Paulo, foi na poesia que Tula Pilar Ferreira encontrou ferramentas de expressão para lutar contra o combate às opressões e ao racismo. A artista morreu em abril de 2019, aos 49 anos, vítima de uma parada cardíaca.

Inspirada na vivência da poeta, a Zona Agbara, coletivo de mulheres gordas e pretas, fez uma homenagem a Tula e criou uma websérie intitulada “Pilares”, onde intérpretes da companhia criaram performances coreográficas inspiradas na biografia da artista. Os vídeos são pontuados por entrevistas com familiares, amigos (as) e parceiros (as) de sua trajetória.

 As coreografias exaltam as letras e escritos de Tula que denunciam as violências sofridas em seu cotidiano viril, sendo uma mulher negra que esteve em vida trazendo confiança e força para muitas outras mulheres, mães, empregadas domésticas que se viam em muitas de suas falas poéticas.

“Tula sempre me atravessou da melhor forma possível, com uma energia contagiante, sorriso largo e envolvente. Mulher à frente de qualquer tempo. Sinto-me lisonjeada de poder realizar esse projeto e celebrar a sua existência nessa terra”, conta Gal Martins, responsável pela concepção, roteiro, direção artística e coreográfica dos episódios.

“Pilares vem cravar no cenário cultural a memória e importância de um legado que ainda está aqui pulsando e se manterá sempre vivo em nós, mulheres negras, periféricas e ousadas”, complementa.

Tula Pilar ganhou reconhecimento por participar e organizar saraus na periferia de São Paulo. A artista trabalhava de forma independente com sua poesia, publicou os livros “Palavras Inacadêmicas” (2004), “Sensualidade de fino trato” (2017), e participou do “Negras de Lá, Negras Daqui”, lançado em fevereiro de 2019.

Atuava em coletivos culturais de São Paulo e outros estados com seus filhos Pedro Lucas e Dandara. Saraus, debates e rodas de conversa onde o foco era a mulher negra e a mulher menos favorecida socialmente ela marcava presença com sua palavra que levava à reflexão ou apresentando poemas de sua autoria com performances de dança afro.

Episódio 1 – Tula: corpo fogo, memórias da encruzilhada

Dançado por Dina Maia e Letícia Munhoz, o episódio traz uma concepção coreográfica que narra a personalidade marcante de Tula, tendo a simbologia do fogo como elemento simbólico dos trajetos ancestrais de sua existência.

Episódio 2 – Tula: terra e ventre de cabaça

Tula circulava pela cidade como vento, mulher que pulsava sua feminilidade com autonomia. Nesse episódio Rosângela Alves e Iolanda Costa dançam a liberdade de seus escritos, as dores, os amores e sua marca no cenário literário paulistano.

Episódio 3 – Tula: A água da justiça

No último episódio celebramos o legado de Tula, que é como água e escorre por diferentes espaços e territórios. Thais Dias e Evelyn Dayse dançam a representatividade feminina em todos os aspectos, destacando a sua maternidade, militância feminista e sua busca por justiça social.

As exibições da websérie “Pilares” acontecem de 04 a 24 de maio de 2021 pelo Facebook e YouTube do Centro de Referência da Dança, Casas de Cultura do Campo Limpo e Tremembé, CITA, Biblioteca Adelpha Figueiredo e da própria Zona Agbara.

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