Ao longo de 2024, estima-se que, ao menos, 10,457 imigrantes morreram ou desapareceram ao tentar chegar à Espanha pelos oceanos Atlântico, ou pelo mar Mediterrâneo. As informações são do relatório “Direito à Vida 2024, divulgado pela ONG “Caminando Fronteras”, nesta quinta-feira (26).
Para o balanço, a organização espanhola utilizou as estatísticas oficiais de resgates, junto aos pedidos de ajuda dos imigrantes e histórias de familiares de desaparecidos ou mortos.
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O documento indica a média de 30 óbitos por dia no período, identificado como o mais mortal já registrado. Entre as vítimas, estão 421 mulheres e 1.538 meninas, meninos e adolescentes. O índice é cerca de 58% acima do observado em 2023, que registrou 18 mortes.
Com mais de nove mil mortes, a rota do Atlântico, que vai do noroeste do continente africano ao território espanhol das Ilhas Canárias, foi apontado como o mais letal entre os caminhos utilizados. O trajeto tem a Mauritânia, país da região subsaariana do continente africano, como principal ponto de partida para as Ilhas Canárias, território pertencente à Espanha.
No mar Mediterrâneo, situado entre os continentes da Europa, Ásia e África, a rota argelina foi o segundo caminho mais perigoso, com o registro de 517 vítimas. O estreito de Gibraltar, passagem marítima mediterrânea interligada ao Atlântico, totalizou 110 mortes.
De acordo com o estudo, a maioria das vítimas são de países africanos, mas há também vítimas vindas de regiões iraquianas e paquistanesas. A falta de condições mínimas nas embarcações e a ausência de resgate estão entre as principais causas das mortes.