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“A nossa luta só começou”, afirma jovem negra em ato pela democracia

31 de outubro de 2018

Manifestação em defesa da democracia foi o primeiro ato depois da eleição de Jair Bolsonaro

Texto / Pedro Borges
Foto / Pedro Borges

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A primeira manifestação em defesa da democracia depois da eleição para presidente da república de Jair Bolsonaro aconteceu no dia 30 de Outubro e contou com a participação de milhares pessoas. A manifestação faz parte de uma resposta às declarações do atual presidente, que fez ameaças a opositores durante a campanha.

No dia 2 de Setembro de 2018, Bolsonaro chegou a afirmar que vai matar a “petralhada” do estado do Acre, em alusão aos ativistas do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 21 de Outubro, o presidente falou que prenderia opositores como Lindenberg Faria, Fernando Haddad e avisou aos demais que a eles restará a cadeia ou o exílio.

Artur dos Anjos, estudante de Rádio e Tv da Cásper Líbero, foi à manifestação e acredita que colocações públicas da sociedade civil podem frear ofensivas do novo presidente contra a comunidade negra e a democracia.

“Eu vim para a manifestação hoje contra todo o discurso de ódio que ele prega, seja contra os negros ou LGBTs. Essa manifestação pode dar em muita coisa boa, para ele realmente perceber que a gente é contra ele, e fazer com que ele sinta o nosso medo, porque essa é a minha esperança”.

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Artur dos Anjos, estudante de Rádio e Tv da Cásper Líbero, durante a manifestação do dia 30 de Outubro (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)

Bolsonaro também se notabilizou por fazer ofensas a grupos sociais marginalizados historicamente, entre eles a comunidade negra.

O atual presidente foi julgado em Setembro e absolvido, por declaração de cunho racista. Na ocasião o presidenciável fez colocações de cunho racista em diálogo no Rio de Janeiro, no Clube Hebraica.

Em tom irônico, relatou sua visita a uma comunidade quilombola e disse que o “afrodescendente mais leve lá, pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Nem para procriar servem mais”.

A estudante do ensino médio, Geysse Lívia, enfatizou a necessidade de defender a posição de vulnerabilidade das mulheres negras.

“A gente está aqui hoje porque a nossa luta só começou. A gente vai ser resistência, eu sou preta, sou LGBT, e eu vou lutar pela minha existência e das outras mulheres pretas, pobres e LGBTs”.

Jovens detidos

Segundo informações apuradas pela equipe de reportagem do Alma Preta, cinco jovens, entre eles quatro menores de idade, foram detidos por policiais militares sob a acusação de portarem coquetéis molotov, arremessar pedras na polícia e depredar agências bancárias. Os jovens negam.

Ainda segundo informações, três dos quatro menores de idade foram ouvidos pela polícia sem a presença dos responsáveis, o que não é permitido. Até o fechamento desta reportagem, os jovens ainda não haviam sido liberados.

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