PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Pesquisar
Close this search box.

Adolescente rapper é agredido por motorista de aplicativo em São Paulo

Jovem de 17 anos pretendia voltar da casa da namorada na Zona Sul da capital paulista, mas motorista recusou viagem após ele entrar no carro e informar que o destino era um bairro de Diadema

Texto: Giovanne Ramos | Edição: Nataly Simões | Imagem: Acervo Pessoal

Imagem de acervo pessoal. Na foto, o busto do rapper com ferimentos causados pelo motorista de aplicativo.

21 de agosto de 2021

O poeta e rapper Henrique Silva, de 17 anos, conhecido como Shockadelic, foi agredido por um motorista de aplicativo por volta das 22h30 da sexta-feira (20) no Jardim Luso, bairro da Zona Sul de São Paulo.

O jovem estava na casa da namorada quando a sogra pediu uma corrida pelo aplicativo Uber para que o adolescente voltasse para casa em segurança, no Sítio Joaninha, na região de Diadema, cidade da Grande São Paulo. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Assim que o jovem entrou no veículo, o motorista identificado como Felipe perguntou qual seria o destino do passageiro. Ao responder Eldorado, o motorista questionou: “Você vai lá para o fundão do Eldorado?”. Ao afirmar que sim, Felipe se recusou a continuar a viagem. Ao descer do carro, Henrique escutou os dizeres: “Então sai crioulo”.

Já fora do carro, o jovem voltou para a casa da namorada e o motorista voltou a ofendê-lo, o chamando de “folgado”. Ao questionar mais uma vez as razões da recusa da viagem, Henrique ouviu: “Olha só para você, andando a pé enquanto estou de carro do ano”. Em sequência, o jovem foi alvo de mais ofensas discriminatórias. 

Apesar de pedir diversas vezes para que saísse dali, Felipe continuou dirigindo lentamente e provocando o adolescente, momento em que o  joven perguntou novamente ao motorista porquê ele não o levaria para a residência. Aí o motorista parou o veículo, desceu e começou a agredir Henrique, desferindo chutes. 

“Eu tentei me defender, mas ele usou os braços para me enforcar.  As pessoas que estavam na rua viram o momento que ele partiu para cima de mim, me agredindo e me humilhando”, diz Henrique, em entrevista à Alma Preta Jornalismo

A sogra de Henrique separou a briga e logo depois o motorista voltou para o carro e foi embora. O rapper acredita que os xingamentos e agressões do motorista foram motivados por discriminação. “Vimos no perfil dele no aplicativo e ele tem muitos elogios, as pessoas falam que ele é educado. Então, por que comigo é diferente? Eu senti que ele estava me tratando daquela forma por conta do meu estilo, por conta do meu cabelo, da minha pele e por que eu não deixei de questionar a atitude dele”, relata a vítima.

Até a publicação deste texto, Henrique havia solicitado um Boletim de Ocorrência em nome da sogra, que solicitou a viagem, e o pedido segue pendente. Como é menor de idade, cogitou a possibilidade da sua mãe enviar uma solicitação também em seu nome.

A empresa Uber foi mencionada na postagem feita no Instagram do rapper para denunciar o ataque, mas não chegou a entrar em contato com Henrique. Após denúncia no aplicativo, o perfil da sogra foi bloqueado sem explicações.

Leia também: Vítima de racismo no Assaí teve redes invadidas e rotina alterada

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano