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Analfabetismo no Brasil é quase 3 vezes maior entre as comunidades quilombolas, aponta IBGE

Em 2022, a taxa de analfabetismo entre a população quilombola foi de 18,99%, enquanto a população geral registrou 7%
Segundo o IBGE, o índice de analfabetismo é ainda maior se considerado os territórios quilombolas oficialmente titulados.

Foto: Reprodução / Pexels

23 de julho de 2024

De acordo com informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo entre a população quilombola é 2,7 vezes superior ao índice nacional, chegando a 18,99%. Para a população geral, o percentual é de 7%.

A pesquisa considerou como alfabetizadas as pessoas capazes de ler e escrever um bilhete simples. O contingente acima é referente aos 1.015.034 pessoas quilombolas com 15 nos ou mais, que vivem dentro e fora dos territórios oficialmente delimitados. Em números absolutos, a porcentagem representa mais de 192,7 mil quilombolas analfabetos.

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Quando considerado apenas os territórios quilombolas titulados, a alfabetização é menor. Em 2022, existiam 122.227 pessoas de 15 anos ou mais dentro dos territórios oficializados. Destas, o índice de analfabetismo atingiu 24.136 quilombolas, cerca de 19,75%. O número é superior tanto à taxa nacional, quanto ao percentual da população quilombola em geral.

De acordo com o IBGE, foi verificado um aumento na taxa de analfabetismo conforme a idade. Quando analisados o conjunto de pessoas quilombolas em faixas etárias acima dos 29 anos, a diferença entre a taxa de alfabetização entre quilombolas e a população em geral foi de 33,68%.

O grupo de pessoas com 65 anos ou mais configurou a maior taxa de analfabetismo entre os quilombolas, com 53,93% de pessoas não alfabetizadas. Entre a população geral nesta mesma faixa etária, o índice foi de 20,25%.

A coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, observa que a diferença entre as faixas etárias aponta para uma presença maior de oportunidades educacionais nas gerações mais novas, “devido à expansão do acesso à educação em décadas recentes”.

Entre as regiões do país, as taxas mais elevadas de quilombolas não alfabetizados foram registradas no Nordeste, com 21,6%, e no Sudeste, com 14,68%. Todas as regiões apresentaram percentuais abaixo da média nacional de alfabetização, atingindo a maior diferença no Sudeste, com 10,76%.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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