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Atlas da Violência: 66% de todas as mulheres assassinadas no país são negras

5 de junho de 2019

Avaliação faz parte do Atlas da Violência 2019, divulgado nesta quarta-feira (6); ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007

Texto / Simone Freire | Imagem / Agência Brasil | Edição / Pedro Borges

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De acordo com o Atlas da Violência de 2019, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e divulgado nesta quarta-feira (6), 66% de todas as mulheres assassinadas no país são negras.

Usando a base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS) de 2017, o atlas aponta que enquanto a taxa de homicídio de mulheres não negras aumentou em 1,6% entre 2007 e 2017, a de homicídio de negras cresceu 29,9%.

Em números absolutos a diferença é ainda mais brutal, já que entre não negras o crescimento é de 1,7% e entre mulheres negras, de 60,5%. Considerando apenas o último ano disponível, o índice de homicídio de mulheres não negras foi de 3,2 para cada 100 mil mulheres não negras, ao passo que entre as negras a média foi de 5,6 para cada 100 mil mulheres deste grupo.

O avanço muito superior da violência letal entre mulheres negras em comparação com as não negras evidencia a enorme dificuldade que o Estado brasileiro tem de garantir a universalidade de suas políticas públicas, pontua Samira Bueno, uma das pesquisadoras do Atlas da Violência e diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“A comparação da mortalidade de mulheres negras e não negras mostra que a forma com que a política pública tem sido implementada e o acesso também são muito desiguais. A gente acaba privando aquelas mulheres mais vulneráveis, que mais precisam do Estado, do acesso para a garantia da sua vida”, diz.

Feminicídio

A última edição do atlas também apontou que houve um crescimento dos homicídios femininos no Brasil em 2017, com cerca de 13 assassinatos por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007. Na comparação da década de 2007 e 2017, o crescimento também foi expressivo: 30,7%.

Já no ano de 2017, o estado de São Paulo responde pela menor taxa de homicídios femininos, 2,2 por 100 mil mulheres, seguido pelo Distrito Federal (2,9), Santa Catarina (3,1) e Piauí (3,2), e ainda Maranhão (3,6) e Minas Gerais (3,7).

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