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Após fala de presidente da Conmebol, governo volta a cobrar punições eficazes contra o racismo

Após comparação polêmica de Alejandro Domínguez, governo brasileiro exige medidas efetivas da Conmebol para combater o racismo no futebol
O presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Dominguez, discursa durante o sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana na sede da Conmebol em Luque, Paraguai, em 17 de março de 2025.

O presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Dominguez, discursa durante o sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana na sede da Conmebol em Luque, Paraguai, em 17 de março de 2025.

— Daniel Duarte/AFP

19 de março de 2025

Os ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores emitiram uma nota conjunta em repúdio à declaração do presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez. 

O dirigente comparou a Copa Libertadores sem os clubes brasileiros a “Tarzan sem Chita”, em referência à possibilidade de os times do país abandonarem a competição organizada pela entidade.

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A fala de Domínguez ocorreu após o sorteio dos grupos da Copa Libertadores 2025 e gerou críticas por ser considerada desrespeitosa. O governo brasileiro classificou as declarações como inaceitáveis, especialmente em um contexto em que a Conmebol tem sido acusada de não adotar medidas eficazes para combater o racismo no futebol.

No comunicado, os ministérios condenaram a fala de Domínguez e cobrando ações efetivas da Conmebol contra o racismo no futebol. O governo ressaltou que a entidade tem falhado na aplicação de punições rigorosas contra atos discriminatórios.

“A Conmebol e as Federações Nacionais de Futebol da América do Sul devem atuar de forma decisiva para coibir e reprimir atos de racismo, discriminação e intolerância”, afirmou a nota. O governo também reforçou a necessidade de promover políticas de igualdade racial e ampliar o acesso de grupos vulneráveis ao esporte.

Falta de ações da Conmebol contra o racismo

O posicionamento do governo brasileiro reforça a insatisfação com a falta de punições exemplares por parte da Conmebol em casos de racismo. Recentemente, jogadores do Palmeiras foram alvo de ataques racistas por parte de torcedores do Cerro Porteño, do Paraguai, durante uma partida da Copa Libertadores Sub-20. 

A Conmebol aplicou uma multa de US$ 50 mil ao clube paraguaio e determinou a realização de campanhas contra o racismo, mas a punição foi considerada insuficiente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou sobre o caso, afirmando que o racismo no futebol é inaceitável e que as entidades responsáveis precisam agir de forma mais contundente. “O futebol significa trabalho coletivo, superação e respeito. Racismo significa o fracasso da humanidade”, disse Lula.

Reações e pedido de desculpas

Após a repercussão negativa de suas declarações, Alejandro Domínguez pediu desculpas publicamente. Em uma mensagem nas redes sociais, ele afirmou que não teve a intenção de menosprezar ou desqualificar ninguém com a comparação.

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou a fala de Domínguez, classificando-a como uma “provocação” aos clubes brasileiros. Ela reiterou a necessidade de punições mais severas contra o racismo e destacou a importância de ações concretas por parte da Conmebol.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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