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Áreas quilombolas apresentam os menores índices de desmatamento

No período de 1985 a 2022, a redução da vegetação nativa nessas regiões foi de 4,7%, enquanto em áreas privadas atingiu 25%
A imagem mostra a vista do cerrado na Comunidade quilombola Kalunga do Engenho II, uma das áreas quilombolas preservadas

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

15 de dezembro de 2023

Um levantamento do MapBiomas, rede colaborativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, mostra que os territórios quilombolas estão entre as áreas de menor desmatamento no país. Segundo a pesquisa, em 38 anos, 240 mil hectares de vegetação nativa foram destruídos.

Territórios quilombolas titulados ou em processo de titulação ocupam 3,8 milhões de hectares, ou 0,5% do território nacional. Segundo o Censo 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 30% áreas já tituladas e 70% em processo de titulação. 

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De acordo com a análise, essa diferença reflete-se na conservação ambiental: enquanto nos territórios já titulados a perda de vegetação nativa entre 1985 e 2022 foi de 3,2%, nas áreas em processo de titulação esse percentual foi de 5,5%. Na média, 14% de sua área comunitária é dedicada para atividades humanas.

A maioria dos territórios quilombolas (181) fica na Amazônia, seguida pela Mata Atlântica (136), Caatinga (94), Cerrado (63) e Pampa (20). A Amazônia também lidera em termos de área: nela, os territórios quilombolas ocupam 2,5 milhões de hectares. A Mata Atlântica, que ocupa a vice-liderança em quantidade de territórios quilombolas, fica em quarto lugar a extensão total deles é analisada: 278 mil hectares. Caatinga (550 mil hectares) e Cerrado (500 mil hectares) vêm em segundo e terceiro lugar, respectivamente. No caso do Pampa, são apenas 6,5 mil hectares.

A vegetação nativa dessas comunidades concentra-se na Amazônia (73%), no Cerrado (12%) e Caatinga (10%). Os territórios localizados na Caatinga foram os que mais perderam em área a vegetação nativa (72,6 mil hectares), entre 1985 e 2022, seguidos da Amazônia (58,4 mil hectares) e no Cerrado (36,7 mil hectares). Na contramão, o estudo identificou um ganho de 7,8 mil hectares na área da Mata Atlântica, considerado pelo o estudo como um bioma ameaçado, com menos de um terço coberto com vegetação nativa.
O estudo conclui que os quilombolas estão na liderança da preservação da cobertura vegetal nativa no Brasil, ao lado dos territórios indígenas. Estes últimos ocupam 13% do território nacional, mas possuem 19% de toda a vegetação do país e apenas 1% de perda nas últimas três décadas. Confira a análise completa neste link.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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