O cenário de precariedade da saúde nos quilombos em Vitória da Conquista, no interior da Bahia, faz com que os atendimentos médicos sejam realizados em espaços improvisados como bares, igrejas e até nas calçadas.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o posto de saúde do quilombo de Cachoeira das Araras, na região do Pradoso, zona rural de Vitória da Conquista, desabou por estar com a estrutura danificada em decorrência da falta de manutenção. Os atendimentos chegaram a ser remanejados para uma igreja da região, mas também tiveram que ser transferidos do local.
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A Bahia tem a 10ª maior população quilombola do Brasil. Ao todo, são 32 quilombos reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares (FCP) e 12.057 habitantes autodeclarados quilombolas.
Na 3ª edição do relatório sobre a Política Nacional de Saúde da População Negra, o Ministério da Saúde mostra os estudos que explicitam “a posição desfavorável dos negros em diversos aspectos da saúde medidos pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e também por outras pesquisas e indicadores”.
De acordo com o documento, essa desigualdade se manifesta no acesso aos serviços, saúde da mulher, mortalidade materna, internamento e falta de medicações.
À Folha, a Secretaria de Saúde afirmou que a marcação de exames é feita “mediante a disponibilidade de vagas para cada tipo de procedimento”. A pasta disse ainda que buscou negociar com seus prestadores de serviço para “ampliar a oferta de exames e procedimentos à população”.
Em relação às consultas, a secretaria afirmou que “uma nova equipe de Saúde da Família tem prestado atendimento na região desde julho deste ano”.