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Ativistas protestam contra absolvição de PMs que balearam e arrastaram mulher negra

Após dez anos da morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu que os policiais agiram em legítima defesa
A imagem mostra os três policiais envolvidos na morte de Claudia Ferreira, arrastada em uma viatura em 2014.

Foto: Reprodução/Marcelo Carnaval

19 de março de 2024

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) absolveu seis policiais militares envolvidos na morte de Claudia da Silva Ferreira em 2014. O caso aconteceu no Morro da Congonha, em Madureira, Zona Norte da capital fluminense, e teve grande repercussão devido a um vídeo que registrou a mulher negra sendo arrastada por 300 metros por uma viatura após ser baleada.

A sentença foi definida em 22 de fevereiro, mas só agora foi divulgada pela Justiça do Rio de Janeiro. Movimentos sociais e ativistas protestaram contra a decisão. 

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A investigação da Polícia Civil indicou que a bala que atingiu o pescoço de Claudia partiu do local onde estavam os policiais, que trocavam tiros com traficantes da região. 

No entanto, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, entendeu que os acusados agiram em legítima defesa para “repelir injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida”. 

“Estou chocada. Nenhuma responsabilidade [foi] atribuída aos policiais que mataram e arrastaram o corpo de uma mulher negra, mãe e trabalhadora”, disse a diretora-executiva da organização civil Criola, Lúcia Xavier, em entrevista à Agência Brasil. 

Nas redes sociais, a Rede Observatórios da Segurança relembrou o caso e destacou que Claudia era mãe de quatro crianças e ainda cuidava de mais quatro sobrinhos. 

O perfil da Justiça Global no X (antigo Twitter), ressaltou a sensação de impunidade que o desfecho do caso trouxe. 

A vereadora carioca Mônica Benício (PSOL), afirmou ser “mais um absurdo” do judiciário brasileiro. “Mais uma decisão baseada no racismo e elitismo que imperam na nossa sociedade.”

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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