Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: Pedro Borges
Curso de medicina é um dos mais brancos e elitizados da universidade
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Movimento negro organiza manifestação em frente à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para exigir a adoção de cotas raciais no curso de medicina. Entre os articuladores do protesto estão o Coletivo Negrex, grupo formado por negras e negros estudantes de Medicina, Educafro, Uneafro e Movimento dos Sem Universidade (MSU).
No vestibular da USP de 2016, a quantidade de ingressantes pretos e pardos caiu em relação ao ano anterior. Em 2015, foram 391 pretos 1.642 pardos aprovados, ou 3,5% e 14,8% do total, respectivamente. Em 2016, o número reduziu para 328 pretos e 1.427 pardos, ou 3,2% e 14,0% do total, respectivamente. Os números são da instituição responsável pelo vestibular da USP, a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest).
O curso de medicina, um dos mais concorridos da USP, reduziu de maneira significativa o número de negros, soma de pretos e pardos, ingressantes em relação ao ano anterior. Em 2015, dos 300 aprovados pela vestibular, 234 (78%) eram brancos; 4 (1,3%) pretos; 30 (10%), pardos; 32 (10,7%), amarelos e nenhum indígena. Em 2016, dos 298 ingressantes, 238 (79,9%) são brancos; 2 (0,7%), pretos; 22 (7,4%), pardos; 36 (12,1%), amarelos; e nenhum indígena.
Suzane da Silva, estudante de medicina e integrante do Coletivo Negrex, acredita que, apesar do aumento da quantidade de estudantes negros em outras universidades, os números ainda são muito baixos. “A gente aumentou a nossa presença dentro da universidade, mas na medicina ainda são 2,7% dos estudantes que são negros. Então, até onde a gente avançou? 77% dos jovens exterminados são negros”.