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Ato denuncia encarceramento como continuidade da escravidão

10 de junho de 2016

Texto: Pedro Borges / Edição de Imagem: 

Evento conta com apresentações de música e teatro para questionar a política de encarceramento

Diversos movimentos sociais organizam para o dia 11 de junho, sábado, a partir das 15h, uma caminhada política e artística para denunciar o encarceramento em massa da população negra. O ato acontece no Parque da Juventude, local do antigo Carandiru.

A atividade é organizada desde o início do ano e o intuito é fortalecer a ideia de que todo sujeito encarcerado é um preso político. Outras três rodas de conversa sobre genocídio e aprisionamento foram feitas ao longo do ano. A primeira na Ocupação Leila Khamed, a segunda no terreiro Ilé Àṣẹ Maroketu Ògún e Òşóòsì e a terceira na ocupação da Letras na FFLCH/USP.

As disparidades entre negros e brancos nos presídios brasileiros são grandes. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, SEPPIR, em 2012, 173.536 dos presos no país eram brancos e 295.242, negros. Ainda segundo a pasta, conforme cresce o número de presos, aumenta o percentual de negros atrás das grades.

Juventude negra é a mais atingida pelo encarceramento em massa

Igor Gomes, estudante de História e militante do Observatório da Zona Norte, destaca a necessidade de problematizar a política de encarceramento no país. “Chamar a atenção para essa realidade dos presídios nos permitirá avançar no diálogo, junto a sociedade, sobre ações de desencarceramento e de enfrentamento ao genocídio negro, como as propostas pelaAgenda do Desencarceramento assinada por grupos como Mães de Maio e Pastoral Carcerária”.

Ele ainda pontua que o Estado brasileiro já se utilizou de diversos mecanismo para exterminar o povo negro, seja por meio do sistema de saúde ou da polícia. Todas essas são formas de atualizar a escravidão e o domínio sobre a população negra. “A escravidão se atualiza e se mantém viva hoje através do cárcere. Basta olhar a cor da maioria dos presos, as práticas de tortura praticada nos presídios, a produção de cadáveres que é feita ali bem como o discurso de ódio em relação aos presos, além das propostas de privatização, por exemplo, que propõe uma extração de lucros a partir da privação da liberdade e da negação do direito à vida para essas pessoas que em sua esmagadora maioria são justamente os descendentes de escravos e alvos da polícia”.

Veja o evento no Facebook

Entidades organizadoras:

Observatório da Juventude – Zona Norte, Ocupação Preta, Pastoral Carcerária – CNBB, UNEafro Brasil, Pastoral da Juventude, Ilê Axé Odé Kawá, Pastoral do Povo de Rua, Coletivo Autônomo Herzer, Rede Ecumênica da Juventude, Coletivo Desentorpecendo A Razão, Raiz Criola, Coletivo de Galochas, O Nome dos Números e sociedade civil – contra todo tipo de prisão – em geral.

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