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Ato pede exoneração de Derrite diante de escalada da violência policial em SP

A manifestação exigiu a responsabilização do atual secretário de Segurança Pública, pelos recentes casos de abuso das forças policiais
Pessoas reunidas no centro de SP, em protesto aos recentes casos de abusos cometidos por policiais militares.

Foto: Thiago Fernandes / Uneafro

6 de dezembro de 2024

Entidades do movimento negro e organizações da sociedade civil realizaram na noite da última quinta-feira (5) uma manifestação para chamar atenção aos recentes casos de violência policial no estado de São Paulo. O ato, concentrado em frente ao Theatro Municipal da capital paulista, teve como uma das principais demandas a exoneração do atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. 

Diante dos últimos casos de violência envolvendo a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) e o aumento nos índices de letalidade,  Derrite, chefe da pasta de segurança pública desde fevereiro de 2023, é visto como um dos principais responsáveis por controlar os abusos da corporação.

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Desde que assumiu a SSP, o ex-policial responde com frequência aos excessos de força e violações de direitos humanos cometidos por PMs, como nas execuções de civis das operações Verão e Escudo, na Baixada Santista. Ocorreram diversas ocorrências de disparos contra pessoas desarmadas, agressões em velórios e até mesmo uma alta expressiva de jovens mortos em ações policiais. 

Segundo o Instituto Sou da Paz, as mortes de adolescentes pelas polícias civil e militar saltaram 58,3% no estado desde o último ano.

O ato, ao qual a Alma Preta acompanhou, reuniu milhares de pessoas, entre representantes de entidades do movimento negro, coletivos de vítimas da polícia e outros setores da população. Juntos, os presentes pediram por justiça às vítimas, a responsabilização dos policiais culpados e a demissão do secretário em exercício. 

Em entrevista à reportagem, a coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU) Simone Nascimento afirmou que a política da segurança pública paulista é falha e não prioriza a vida da população. 

“A política de desmonte do Tarcísio fez com que essa letalidade aumentasse, inclusive com operações e chacinas na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. E agora a gente acompanha o aumento dessa violência cada vez mais visível por parte da denúncia da sociedade civil”, disse.

“Nós estamos aqui para dizer que a atual política de segurança pública não tem sido uma política que prioriza as nossas vidas. Pelo contrário , tem nos matado, matado crianças, jovens, adultos, agredindo idosos, mulheres”, completou.

O atual ouvidor das Polícias, Cláudio Silva, também participou do ato e destacou a importância da mobilização popular.

“Quem financia essa política é a população. Então é a população que tem que dizer para o gestor público a política de segurança pública que quer. A polícia deve proteger as pessoas e é por isso que a gente precisa estar sempre atento e debater as questões da polícia”, defendeu Silva.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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