PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Babalorixá é xingado por vizinho e denuncia racismo religioso em SP

Vizinho ofendeu a vítima e importunou sexualmente testemunhas; caso foi registrado como injúria

Imagem mostra a mão de uma pessoa tocando adereços de religião de matriz africana para ilustrar crime de racismo

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

2 de maio de 2023

O babalorixá Dhill Costa denunciou ter sido vítima de racismo religioso após ser xingado por um vizinho enquanto levava o cachorro para passear. Ele caminhava pelos arredores do terreiro, na Zona Leste de São Paulo, quando o agressor começou a ofender sua religião.

Dhill também ouviu o barulho de algum objetivo sendo arremessado em sua direção. Ele relatou que o vizinho sugeriu que ele estivesse maltratando o animal. “Ele veio xingando, muito alterado e disse que eu estava matando o cachorro”, contou.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A vítima disse que tentou conversar com o vizinho e explicar a condição de saúde do animal, que precisa de atenção especial para fazer as necessidades fisiológicas.

“O racismo é um processo tão estruturado, tão doloroso, que até nossas vestimentas despertam sentimento de raiva, de intolerância. Essas situações sempre acontecem por desrespeito a nossa religião, a nossa fé”, afirmou.

A advogada Victoria Dandara presenciou parte do crime. Segundo a defesa, a Polícia Militar foi chamada e os ataques continuaram até a chegada dos PMs. Victoria contou que, além do racismo, o agressor também importunou sexualmente as testemunhas presentes.

“Ele pegava nas genitálias e gesticulava para as meninas, falando ‘pega aqui’.”, descreveu.

Leia também: Após dois anos do assassinato de Bruno e Yan, Atakarejo ainda não acordou indenização

Crime foi registrado como injúria

O crime foi registrado no 29º Distrito Policial da Vila Prudente como injúria, mas a defesa do babalorixá afirmou que devido à lei que tipifica como crime de racismo a injúria racial o caso deveria ser classificado como racismo religioso.

“Esses casos não são isolados. Foi um caso verdadeiro de racismo religioso tal qual preconiza a nova reforma da lei de antirracismo”, reforçou.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) alegou que “as ofensas foram dirigidas à vítima específica, portanto, [foram] tipificadas no crime de injúria qualificada”. A pasta acrescentou que as investigações seguem em andamento.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano