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Bahia perdeu R$ 39 milhões com impacto da covid-19 no setor do Turismo

O desemprego também foi um dos resultados da recessão; 0 setor do turismo fechou 32 postos de trabalho dos 8.027 postos abertos no quarto semestre do ano anterior

Texto: Dindara Ribeiro | Edição: Lenne Ferreira | Foto: Divulgação/Setur-BA

BAIANA-BAHIA

20 de julho de 2021

Com o impacto da covid-19 e as crises geradas no setor econômico, a Bahia teve uma perda de cerca de R$ 39 milhões na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das Atividades Características do Turismo (ACTs) durante o primeiro trimestre deste ano, conforme apontam dados do Boletim de Análise Conjuntural do Turismo da Bahia. O valor indica uma queda nominal de 2,3% em comparação com o mesmo trimestre de 2020. No Estaado, o setor representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que conta com 13 Zonas Turísticas.

O desemprego também foi um dos resultados da recessão. O setor do turismo fechou 32 postos de trabalho dos 8.027 postos abertos no quarto semestre do ano anterior. De acordo com dados de uma pesquisa feita pela Secretaria de Turismo (Setur-BA), mais da maioria das empresas baianas fechou no primeiro ano da pandemia, representando 84,6%. Entre as atividades que englobam o turismo, estão os serviços ligados à hospedagem, bares, restaurantes e similares, agências de turismo, entre outros.

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Dentre os serviços mais afetados estão o de bares e restaurantes e hospedagem, sendo que 90,8% e 87,7%, respectivamente, tiveram que fechar as portas por causa dos prejuízos causados pela pandemia. Nos demais setores, mais de 80% ficaram sem funcionar. Sobre o perfil das empresas, a maioria foram de microempresas e microempreendedores individuais (72%). Apenas 1% são empresas de grande porte.

Em julho deste ano, a Secretaria anunciou a segunda pesquisa dos impactos da covid-19 no Turismo, que tem previsão de ser divulgada até o final de agosto. No último dia 30, a Setur formalizou um grupo de trabalho voltado para a elaboração de medidas sanitárias que possam garantir a retomada das atividades turísticas na Bahia com mais segurança neste ano. O comitê reúne membros da Setur, das secretarias estaduais de Saúde e Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, da Assembleia Legislativa, da União de Prefeitos da Bahia (UPB), do trade turístico e dos blocos afro.

Rede hoteleira em Salvador

Em relação à rede hoteleira deste ano, a capital baiana apresentou um resultado positivo em junho deste ano em comparação com o mês de maio. Recentemente, a prefeitura anunciou a Fase Verde em Salvador após a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) atingir 58%. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), o resultado está ligado ao avanço na vacinação contra a covid-19 e a gradual retomada das atividades.

Os dados da ABIH-BA mostram que durante o período junino, a rede hoteleira teve uma ocupação de 36%, maior do que os 28,69% de maio. Na comparação com junho de 2020, no primeiro ano da pandemia, a taxa foi de 19,04%. Esse indicador foi ainda maior quando analisados os dados dos finais de semana e feriados, período mais procurado por visitantes. Nos finais de semana, a ocupação foi de 40,54%, enquanto o percentual nos dias de semana fechou em 34,47%.

Nos primeiros três meses de 2020, período de pré-pandemia no Brasil, a ocupação nos hotéis de Salvador em janeiro chegou a 73,50%, fechando em 41,02% em março, mês em que foi registrado o primeiro caso do novo coronavírus na Bahia. Os resultados de janeiro, fevereiro e março de 2021 ainda são tímidos, sendo que em março o percentual fechou em 20,36%, considerado o pior resultado da hotelaria soteropolitana.

Em relação à diária média entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, o valor pago nos hotéis aumentou R$ 136,11, passando de R$ 202,47 para R$ 338,58. Já o indicador entre a Taxa de Ocupação e a Diária Média em junho ficou em R$ 122,20, um acréscimo de R$ 28,05 nos R$ 94,15 de maio.

Turismo na Bahia tem resultado positivo, mas ainda é inferior aos 12 meses encerrados em maio

Conforme dados recentes da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, a Bahia apresentou os maiores aumentos do país para os serviços turísticos em maio deste ano, que foi de 52,6% (com ajuste sazonal). O cenário surge após quatro meses de quedas consecutivas para o setor no estado. Em maio do ano passado, dois meses após a chegada da pandemia, o indicador teve uma queda expressiva de -72,2%.

O resultado de maio, inclusive, coincide com o início da vacinação por idade em Salvador, que já engloba as pessoas com 37 anos ou mais. Ao todo, mais de 2,1 milhões de baianos receberam a segunda dose da vacina. O número representa 70,3% das mais de 14 milhões de pessoas que vivem no estado, conforme estimativa de 2020 do IBGE.

Nos primeiros cinco meses de 2021, os serviços ligados ao turismo na Bahia apresentaram aumento de 4,2%, percentual acima da variação nacional, que teve retração de 5,5%. É a primeira vez, em 2021, que a Bahia contabiliza alta no indicador acumulado do ano.

Apesar do resultado positivo, no período dos 12 meses encerrados em maio, os serviços turísticos baianos ainda mostram queda (-27,2%). Todos os 12 estados pesquisados tiveram recuo neste indicador, sendo que o resultado nacional foi inferior (-29,7%) ao registrado na Bahia.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, o volume das atividades turísticas no estado sofreu queda de 18,8%, mantendo a tendência de queda observada no período de 2020, que foi de -5,3%.

Leia também: Com o avanço da vacinação, escolas de samba esperam retorno de ensaios em outubro

  • Dindara Paz

    Baiana, jornalista e graduanda no bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (UFBA). Me interesso por temáticas raciais, de gênero, justiça, comportamento e curiosidades. Curto séries documentais, livros de 'true crime' e música.

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