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Bia Ferreira lança clipe em rio que era rota de transporte de africanos escravizados

A cantora destaca ainda a importância de seu trabalho na formação de debates sobre a escravidão em Portugal
A imagem mostra a cantora e compositora Bia Ferreira durante o clipe “A Conta Vai Chegar”, gravado em Portugal.

Foto: Reprodução/Divulgação

1 de abril de 2024

 Lançado hoje (1º), o clipe “A Conta Vai Chegar” da cantora, compositora e multi-instrumentista Bia Ferreira, conta com a participação de personagens expoentes do movimento afro-cultural de Portugal. A produção foi gravada às margens do Rio Tejo, no Cais das Colunas, local em que o primeiro navio negreiro da história aportou, em frente à Praça do Comércio, em Lisboa, onde os portugueses comercializavam africanos escravizados.

A letra destaca justamente a luta de negros escravizados, menciona a dívida histórica e social com povos originários da África e a necessidade de que os que sofreram consigam cobrar a conta

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“Essa música é uma profecia. É quando você profetiza coisas para um futuro não tão distante, sabe? A falta de oportunidades que temos na vida vem muito por essa dívida que o devedor não quer pagar. Então acho que essa canção vem como uma motivação, um ímpeto para que consigamos cobrar o que é nosso”, explica a cantora em um comunicado à imprensa. 

A artista se apresenta em Portugal desde 2018, levando para o país europeu as questões raciais, políticas e sociais que fazem parte de seu repertório. Desde aquela época, ela percebia que o debate sobre o racismo não estava tão avançado quanto no Brasil e, a partir de 2023, conectou-se com ativistas do movimento afro-cultural da terra de Camões.

De acordo com a cantora, os camaroneses têm uma resistência construída com muita luta e mesmo com processo de invisibilização latente. Ela reforça que a criação do Ministério da Igualdade Racial no Brasil é uma forma de ouvir a população negra. A pasta não existe em Portugal.
 

Durante sua passagem pelo país, Bia destacou que conhecer batucadeiras pan-africanistas foi fundamental para a criação do clipe. 

“Eu acho que cada vez mais tenho me aproximado da realidade e da luta do movimento negro em Portugal. Tenho sido muito acolhida. Inclusive, esse clipe conta com a participação da companhia de atores e atrizes Aurora Negra, que faz parte desse movimento”.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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