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Brasil registra queda de óbitos por Aids; negros são os mais impactados

Estima-se que um milhão de pessoas vivam com HIV no país
Imagem mostra as mãos de quatro pessoas negras segurando um laço vermelho, símbolo utilizado como forma de solidariedade na luta contra a aids.

Foto: Picture Alliance/DPA

4 de dezembro de 2023

Nos últimos dez anos, o Brasil registrou uma queda de 25,5% no coeficiente de mortalidade por Aids, conforme dados do Ministério da Saúde divulgados esta quinta-feira (30). O indicador, que anteriormente era de 5,5 óbitos por 100 mil habitantes, atingiu a marca de 4,1. Atualmente, estima-se que um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil.

Em 2022, a pasta registrou 10.994 óbitos pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV na sigla em inglês), um total de 8,5% menos do que os 12.019 óbitos registrados em 2012. No entanto, apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram de aids por dia no ano passado. 

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Outro dado que chama atenção é o recorte por raça. Segundo o novo Boletim Epidemiológico apresentado pelo ministério, 61,7% dos óbitos por aids foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos.

Ainda segundo o boletim, até o ano de 2013, pessoas de pele branca representavam a maioria dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015.

Do total de pessoas que vivem com a doença no país, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. O Relatório de Monitoramento Clínico do HIV mostrou que as mulheres apresentam os piores desfechos em todas as etapas do cuidado. Segundo o documento, enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem o diagnóstico.

De acordo com a pasta, estes dados “reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações-chave e prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos”. 

A afirmação aconteceu junto ao lançamento da campanha nacional “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV”. Com o intuito de conscientizar a população, o Ministério da Saúde visa reiterar a importância do cuidado em locais de grande circulação de pessoas, nas redes sociais e na TV aberta.
Além disso, o órgão tornou obrigatório o preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS. A medida visa aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas públicas de combate ao racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde ao longo dos próximos anos.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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