Na quarta-feira (11), a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou a inclusão da Marcha das Mulheres Negras no calendário oficial da cidade. A iniciativa é das vereadoras do PSOL Thais Ferreira e Monica Benicio, que assinam o Projeto de Lei nº 2198/2023, que altera a Lei nº 5.146/2010 para incluir a manifestação.
A marcha na capital fluminense é organizada pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. A manifestação ocorre anualmente no Rio há uma década e é um protesto de mulheres negras contra o racismo e pelo bem viver.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Em publicação nas redes sociais, a vereadora Thais Ferreira comemorou a aprovação do projeto: “É uma vitória importantíssima para trazer visibilidade e apoio para realização da marcha”. Segundo ela, a nova legislação reforça a visibilidade das vozes e lutas das mulheres negras na construção de uma sociedade mais inclusiva, que promova equidade de raça e gênero. “Nós, mulheres negras, somos a realização e a continuidade de um sonho e assim devemos seguir firmes e juntas”, disse Ferreira.
Durante a sessão, a vereadora Mônica Cunha (PSOL) saudou a aprovação do projeto: “Quero parabenizar muito, muito, muito a minha colega não só de partido, mas de vida, Thais Ferreira, pelo projeto maravilhoso. E essa marcha é um lugar de todo mundo, mas principalmente eu e ela conhecemos bastante e sabemos o quanto é importante de fato fazer esse dia, fazer essa homenagem e, ainda melhor, esse reconhecimento. A memória do nosso povo é o que tem de mais importante”.
A Marcha das Mulheres Negras acontece anualmente no último domingo de julho, após o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, celebrado no dia 25 de julho. A marcha é organizada anualmente em diversas cidades do país.
A manifestação é parte de um conjunto de 533 atividades do chamado “Julho das Pretas”. As ações são realizadas por mais de 250 entidades em 23 estados e no Distrito Federal. Neste ano, a mobilização estendeu-se também ao Uruguai e à Argentina
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. No Brasil, a data também é uma homenagem à Tereza de Benguela, conhecida como Rainha Tereza, que viveu no século 18, no Vale do Guaporé, em Mato Grosso, e liderou o Quilombo de Quariterê.