O Movimento Mulheres de Axé do Brasil do Recôncavo, na Bahia, denuncia um caso de intolerância religiosa envolvendo o vereador Paulão do Caldeirão (PSC) durante uma sessão na Câmara de Feira de Santana, cidade localizada na região Metropolitana de Salvador.
O caso aconteceu quando o vereador Silvio Dias (PT) cobrou da Câmara um posicionamento em relação a uma faixa utilizada por Paulão com o nome de Jesus. Silvio Dias citou um Requerimento da Casa Legislativa de Feira de Santana que fala sobre a proibição de faixas e simbologias dentro da Câmara.
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“No recinto de reuniões do Plenário não poderão ser afixados quaisquer símbolos, quadros, faixas, cartazes ou fotografias que impliquem propaganda político partidária, ideológica, religiosa ou promoção pessoal de quem quer que seja […] Essa é a Casa onde se constrói as leis e tem que dar exemplo se cumprindo a lei de imediato”, afirmou Dias, citando o artigo 2º do Requerimento Interno da Câmara para pedir o cumprimento da Lei, que foi recusado pelo presidente da Casa, Fernando Torres (PSD).
Em resposta, o vereador Paulão do Caldeirão, que é cristão e faz o uso recorrente da faixa, bradou insultos a outros tipos de religiões e disse: “Não estou aqui para servir casa de macumba”.
“É covardia adorar a Satanás. Que Vossa Excelência possa seguir ao seu diabo, eu vou seguir ao meu Deus […] Eu não estou aqui para servir à casa de Macumba”, disparou na Sessão e completou dizendo que toda a religião que não é cristã é “de procedência maligna”, “lixo” e “imundice”.
À Alma Preta Jornalismo, a Iyalaxé e coordenadora da Mulheres de Àṣẹ do Brasil, do Recôncavo, Juçara Lopes, disse que o grupo vai pedir direito de resposta na Câmara e que pretende apresentar uma denúncia por intolerância religiosa no Ministério Público.
A Iyalaxé, que é representante nacional do Movimento, também pontuou que uma reunião está marcada para a noite desta terça-feira (24), onde serão discutidas as ações a serem tomadas contra a fala do vereador. “Estamos construindo com o GT Jurídico para tomar as melhores decisões”, afirmou Juçara.
A reportagem cobrou um posicionamento do vereador Paulão do Caldeirão sobre o pedido de resposta do Movimento e em relação às declarações dele na Sessão do dia 10 de agosto, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. Caso o parlamentar responda, a matéria será atualizada.
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