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Carrefour nega que morte de trabalhador tenha ocorrido por ‘falha sistêmica’

Segundo a família de Matheus da Silva, o jovem não tinha treinamento para trabalhar com empilhadeira; em junho ele completaria dois anos empregado na rede de supermercados

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Acervo Pessoal

Imagem mostra uma montagem com fotos de Matheus, 20 anos, que morreu no Carrefour em um acidente com uma empilhadeira.

27 de abril de 2021

Matheus Aparecido Santos da Silva, 20 anos, operador de loja do Carrefour, completaria dois anos de contrato de trabalho assinado no próximo Dia dos Namorados, em 12 de junho. Porém, no domingo (25), o trabalhador morreu em um acidente com uma empilhadeira no estoque da unidade do supermercado no bairro do Limão, Zona Norte de São Paulo.

A prima da vítima, Gabriela Lorena, escreveu nas redes sociais que após a morte do rapaz a loja foi fechada. Segundo ela, a justificativa dada pelo Carrefour foi de “falha no sistema”. Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a rede classificou o caso como “um triste acidente” e negou a alegação de que tivesse sido “falha sistêmica”. 

Matheus tinha um filho de dois anos e morava no bairro do Peri, também na Zona Norte. A família revelou, também nas redes sociais, que o jovem trabalhava na seção de horti-fruti e não teve treinamento para operar a empilhadeira, pois não era uma atividade dentro das suas funções habituais.

O trabalhador morreu perto do meio-dia, mas o corpo só foi liberado para ser retirado da loja por volta das 21h. Neste meio tempo, os familiares do rapaz reclamaram da falta de informações. Após acionar o socorro médico e a polícia, a rede informou os familiares e se prontificou a prestar assistência.

“O Matheus teve um acidente no ambiente de trabalho e segundo o Carrefour o mercado está fechado por “falha no sistema”. Isso mesmo, o meu primo é uma falha no sistema”, escreveu a prima no Facebook.

A morte do jovem negro e torcedor do Corinthians aconteceu cerca de cinco meses após o assassinato do cliente também negro João Alberto Freitas, o Beto, asfixiado por seguranças do Carrefour na loja do bairro Passo d’Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, na véspera do Dia da Consciência Negra.

Outro lado

O Carrefour divulgou um comunicado no Twitter em que lamenta o acidente e confirma que Matheus era contratado para o cargo de operador de loja e “não tinha em seu escopo de trabalho a operação de empilhadeira”.

A nota diz também que “o acesso à vítima e ao local do acidente ficou restrito à pedido da Polícia para a realização da perícia. Em respeito aos familiares e colegas de trabalho do colaborador, as operações foram suspensas e a loja, fechada durante o domingo”.

O Carrefour também afirma que “em momento algum alegamos que o triste acidente tivesse sido uma falha sistêmica. Estamos à disposição das autoridades para contribuir com as investigações”.

Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a morte de Matheus é investigada pelo 40ºDP, que apura as circunstâncias do ocorrido. Segundo a pasta, o trabalho de perícia foi realizado e, assim que finalizados os laudos, serão destinados à autoridade responsável. A equipe analisa imagens que podem auxiliar no esclarecimento dos fatos.

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