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Casa de Yemanjá é invadida e depredada em Salvador

Criminosos também tentaram invadir uma igreja e comerciantes de peixes tiveram seus boxes arrombados
Imagem mostra a fachada da Casa de Yemanjá, localizada no Rio Vermelho, bairro de Salvador.

Foto: Reprodução/TV Bahia

22 de dezembro de 2023

Localizada no Rio Vermelho, bairro de Salvador (BA), a Casa de Yemanjá foi invadida e depredada na madrugada de quarta-feira (20). Imagens divulgadas pela TV Bahia mostram que o local foi revirado e parcialmente destruído. 

O imóvel teria sido invadido pelo teto que estava sendo reparado por pescadores. A casa fica próxima à Colônia de Pescadores Z1, onde são organizados e armazenados os presentes para Iemanjá, Rainha do Mar, tradicionalmente celebrada no dia 2 de fevereiro.

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Além de ser reconhecido como patrimônio cultural de Salvador, o evento é considerado a maior celebração da cultura afro-brasileira da Bahia. A tradição atrai fiéis e turistas para a praia, onde colocam seus presentes em um cesto que, no final do dia, é depositado no mar.

O espaço não foi o único a ser alvo de crime. A Igreja de Sant’Ana, localizada ao lado, também sofreu uma tentativa de arrombamento. Além disso, três boxes de comerciantes que vendem peixes foram arrombados. Segundo testemunhas, os crimes aconteceram por volta de 1h.

Apesar do ocorrido, o cofre onde ficam guardadas os objetos de maior valor, assim como colaborações em espécies doadas por fiéis, não foi violado. Em nota, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab) expressou solidariedade à comunidade diante do “ato de vandalismo”.

“O Muncab repudia essa ação criminosa, ressaltando a importância desse patrimônio cultural. Atos como esse, que atentam contra o legado cultural e alimentam a intolerância religiosa, merecem repúdio e devem ser combatidos com firmeza”, diz a declaração, que reforça a necessidade de “uma investigação rigorosa para punir os criminosos”.

  • Casa Yemanjá em Salvador (BA) foi invadida e depredada,

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) também repudiou a invasão e depredação.

“O Governo do Estado está mobilizado na apuração do caso, que teve como alvo o local sagrado para os adeptos do candomblé e outros imóveis da região do Rio Vermelho, entre eles a Igreja de Sant’Ana”, diz a pasta, em nota.

De acordo com a secretaria, o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, ligado à Sepromi e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), já está empenhado no acompanhamento e investigação da ocorrência.

A Polícia Civil informou que um homem suspeito de tentar arrombar casas no Rio Vermelho foi detido no telhado de um dos imóveis na manhã da quarta-feira. Ainda não há informações de que ele seja o autor dos crimes.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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